Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
AS PRÁTICAS DOS DISCENTES EM SAÚDE MENTAL: APOSTANDO NA METABOLIZAÇÃO DO TRAUMÁTICO PELA VIA DA ESCUTA
Relatoria:
MARIANNY NAYARA PAIVA DANTAS
Autores:
- Deivson Wendell da Costa Lima
- Kisia Cristina de Oliveira e Melo
- Mara Léia Távora Vieira
- Sâmara Fontes Fernandes
Modalidade:
Pôster
Área:
Determinantes de vida e trabalho
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
O papel da formação de enfermagem em saúde mental nem sempre tem sido orientada para o desenvolvimento de práticas cuidadoras que se relacionam com a subjetividade. Certas práticas de cuidar e ensinar destinam-se a formação de diagnósticos e o enquadramento dos sujeitos em determinados perfis de classificação. A formação em enfermagem na saúde mental ainda enfoca a definição de doenças e a respectiva prescrição de condutas, não envolvendo a escuta, a participação do sujeito que sofre no seu processo de cuidar. O cuidar em saúde necessita de uma formação de profissionais capazes de dobrar-se ao outro para escutar e acompanhar no sentido de uma abordagem terapêutica estabelecida pela produção de encontros. Este trabalho objetivou socializar as práticas dos discentes de enfermagem desenvolvidas no âmbito da atenção secundária em saúde mental. Trata-se de um relato de experiência dos discentes do 7ª período do curso de graduação de enfermagem-FAEN/UERN. Essa experiência ocorreu durante a disciplina Enfermagem no Processo Saúde/Doença do Adulto nos serviços de saúde mental da cidade de Mossoró/RN. As práticas em grupo e individuais foram norteadas pelos passos constituintes do Arco de Maguerez, que se baseia nos seguintes movimentos: observação da realidade, identificação dos problemas, teorização, hipóteses de solução e execução prática. Foram realizadas leituras de textos e discussões de estudos de casos; consultas de enfermagem e grupos terapêuticos com os usuários, como também rodas de conversa com os profissionais da saúde. Percebemos que nossas práticas ainda predominam a influência do modelo biomédico do processo saúde/doença devido a limitação do tempo e ações burocráticas. Apostamos que as nossas práticas desenvolvidas nesses serviços de saúde somente proporcionarão a metabolização do traumático pela via da escuta. Essas atividades tornam-se terapêuticas quando o profissional da saúde apoia-se na transferência ocupando o lugar de suposto-saber, destinando assim espaços para que o sujeito em sofrimento psíquico fale, propicie atribuir significados a sua vivência ao ser escutado sua demanda de ajuda, de sua subjetividade, historicidade e condições concretas existenciais.