INTRODUÇÃO - A enfermagem sofreu grandes transformações ao longo dos séculos. A sua identificação como atividade feminina, a influência religiosa e o ato de cuidar tido como atributos naturais da mulher, colocaram barreiras frente ao ingresso masculino. Em todo o seu processo histórico, a enfermagem foi considerada uma profissão feminina e a entrada do homem neste campo de atuação tornou-se permeada de preconceitos. OBJETIVOS - Analisar a relação de gênero na enfermagem por meio de uma revisão bibliográfica, observando a existência de divisão sexual entre os níveis de atuação da profissão e discutir o preconceito causado pelo ingresso masculino em uma área majoritariamente feminina. METODOLOGIA – O estudo consiste em uma revisão bibliográfica, que visa contribuir e explicitar teoricamente sobre o assunto. A pesquisa bibliográfica incluiu artigos originais, artigos de revisão, livros, periódicos, teses, dissertações e artigos eletrônicos expostos em bancos de dados como Scielo, LILACS e PubMed. No direcionamento da pesquisa, foram utilizados três descritores para obtenção de informações pertinentes ao estudo: Gênero; Homem; Enfermagem. A pesquisa bibliográfica localizou diversos estudos relacionados com a temática em foco. Tal suporte metodológico permite o pesquisador analisá-lo e confrontá-lo na condição de sujeito participante da construção do conhecimento científico. RESULTADOS – O homem que atua na enfermagem exerce uma masculinidade desviante, pois atua em uma profissão que não é própria da constituição masculina construída como hegemônica. Desta forma, a sua heterossexualidade pode ser colocada em dúvida devido à minoria masculina na profissão. Durante o exercício profissional existem lugares que oferecem resistência ao ingresso masculino como ginecologia, obstetrícia, pediatria e berçário, canalizando-o em locais como bloco cirúrgico, pronto socorro e unidades psiquiátricas. Entretanto, não se fala em rivalidade ou concorrência de sexo na profissão. CONCLUSÃO - O homem que atua na enfermagem lida com o desafio diário para se firmar em uma profissão dominada por mulheres. Tais profissionais constroem sua individualidade e autonomia na tentativa de romper com o preconceito e com a historicidade. A chegada do homem traz uma nova identidade para a Enfermagem, característica essencial para a profissão romper com a submissão e se afirmar enquanto ciência. Esta é uma função para todos os profissionais, independente de gênero.