A silicose é constatada como a mais antiga, grave e prevalente das doenças pulmonares relacionada à inalação de poeiras contendo sílica proveniente da extração mineral. Qualquer trabalho capaz de produzir poeira respirável de sílica cristalina proveniente de matéria bruta ou manufaturada pode colocar os trabalhadores em risco para o desenvolvimento da silicose. A gipsita, matéria prima para fabricação do gesso, contém na sua composição química o minério de sílica fato que inclui os trabalhadores da indústria de gesso no grupo de risco para o desenvolvimento da patologia. O objetivo geral da pesquisa foi relacionar a influência dos fatores de risco do ambiente de trabalho no desenvolvimento da silicose nos trabalhadores de gesso. O presente estudo teve caráter exploratório descritivo com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no ambiente de trabalho através de questionários semi estruturados contendo 13 questões, aplicados em 51 trabalhadores do gesso. Quanto ao perfil dos sujeitos, observou-se que 100% era do sexo masculino, 92% na faixa etária adulta (20-59 anos), dos quais 27% era tabagistas. Com relação à situação de trabalho notou-se que 46% dos trabalhadores participam do beneficiamento do gesso, 39% com tempo de exposição às poeiras de gesso em torno de 5 a 10 anos. Na situação saúde doença verificou-se que 53% dos funcionários referiram alguma doença respiratória e 51% apresentavam atualmente alguma sintomatologia da doença. O acompanhamento médico era ausente em 80% dos casos e consequentemente 96% não realizaram exames complementares como o RX de tórax. Em contrapartida todos os funcionários faziam uso de algum tipo de EPI, sendo às máscaras utilizadas por 18% dos trabalhadores da amostra. Apesar de todos fazerem uso dos EPIs à percepção sobre a importância do uso do mesmo para prevenção de agravos esteve ausente em 35% da população. Nesta análise, indústrias de produção de gesso e artefatos correspondem a ambientes que predispõem fatores de risco para o desenvolvimento da silicose para com seus trabalhadores. Sabe-se que a doença apresenta evolução progressiva sem cura, não existindo terapia eficaz. Diante disso, considera-se que medidas de promoção e prevenção à saúde do trabalhador nas indústrias gesseiras são fundamentais para reduzir e/ou minimizar os fatores de riscos para o desenvolvimento/agravo da silicose.