As discussões sobre o processo de formação em saúde/enfermagem perpassam pela construção de novas estratégias de ensino que sejam capazes de torná-la pertinente, atendendo às necessidades de construção de competências e habilidades não só no campo técnico, mas também diante de uma nova postura ética e política. Neste contexto, a simulação, compreendida como estratégia metodológica que se baseia na reprodução de situações clínicas em um cenário artificial, colabora com a melhoria do ensino e da aprendizagem, tanto nos aspectos técnicos, permitida pela possibilidade de repetição exaustiva de procedimentos, quanto na perspectiva ética, uma vez que a chance de refletir sobre os erros vivenciados durante a realização da atividade permite que a aprendizagem ancore-se nos princípios do respeito a ética e a dignidade humana. Neste contexto, o trabalho tem por objetivo refletir sobre os aspectos éticos envolvidos na simulação realística no contexto da formação em saúde/enfermagem. Trata-se de um relato de experiência acerca da inserção da simulação na disciplina Saúde da Mulher, vivenciada pelos autores, oportunizado por uma instituição privada de ensino na cidade de Natal/RN no percurso do semestre de 2011.2. As simulações inseridas no plano de curso da disciplina têm como objetivos construir e fortalecer competências e habilidades técnicas, éticas e políticas no fazer do/a enfermeiro/a, proporcionando ao discente a oportunidade de vivenciar, praticar e refletir sobre condutas e procedimentos comumente presentes na prática assistencial: aprender vivenciado. Considera-se que uma vez utilizado a prática da simulação, algumas questões éticas são aguçadas como, por exemplo, o respeito à vida, o exercício do trabalho com competência, e o desenvolvimento de segurança que pode contribuir para uma assistência mais segura e livre de danos decorrente de qualificação profissional: reforçando os princípios da beneficência e não maleficência. Assim, esta estratégia no âmbito do ensino em saúde e em enfermagem contribui de forma significativa para melhor assimilação dos conhecimentos construídos no processo de formação, podendo possibilitar a eliminação/diminuição de erros na prática clínica. Simular as situações reais antes de enfrentá-las no campo de trabalho, capacita o aluno a atuar com maior segurança frente aos casos reais que precisem intervir, favorecendo a prática com excelência formando profissionais enfermeiros com competências técnica, ética, política e social.