As dificuldades encontradas pelos adolescentes de enfrentar a soropositividade não estão relacionadas apenas à possibilidade de diversas patologias decorrentes da infecção, mas ao desafio de manter os laços sociais, conviver com o preconceito, manter-se saudável e, principalmente, de enfrentar o posicionamento moral da sociedade. Tal fator pode influenciar no modo como esse adolescente mantem seus relacionamentos sociais. Considerando que o convívio social possa ser de fundamental importância para que os adolescentes aceitem e se constituam como sujeitos, faz-se necessário um maior aprofundamento dos estudos e reflexões, uma vez que existem poucos estudos envolvendo a temática. Com isso, objetiva-se analisar a produção científica sobre o tema aids na adolescência, existente em periódicos indexados no período de 2005 a 2010. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica sobre o tema. O levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados SciELO e LILACS no período de janeiro a março de 2011. Para a busca dos artigos foram usados os descritores: adolescentes e aids dos quais encontramos 1078 artigos. Os critérios de inclusão utilizados foram: o período de 2005 a 2010, artigos em português, texto disponível na íntegra e está relacionado com o assunto abordado. Foram lidos inúmeros trabalhos, dos quais foram selecionados 22 para a elaboração do artigo. Para analisar os dados utilizamos análise do conteúdo fundamentada em Bardin (1977), no qual emergiram dois eixos temáticos: A aids no contexto psicológico e social que trata das representações advindas da aids, que geram sofrimento psicológico e social nos sujeitos que a tem. Outro eixo temático foi O “adolescer” com aids o qual discute sobre o desenvolvimento do adolescente, bem como a consequência do convívio da aids durante essa fase. As modificações na subjetividade do adolescente com aids, em virtude das inúmeras mudanças no estilo de vida decorrentes do adoecimento, sofrerão influência direta na construção dos seus laços sociais, tendo em vista a sua configuração como um mecanismo de enfrentamento das dificuldades. Dessa forma, é importante que se desenvolva nos serviços de saúde uma estratégia assistencial que permita discutir as demandas específicas dos adolescentes que vivem com aids, de forma a incentivar o fortalecimento dos laços sociais para que possa existir uma melhor qualidade de vida a esses sujeitos.