A reforma psiquiátrica no Brasil tenta superar um modelo de atendimento à portadores de transtornos psiquiátricos atendidos em regime asilar. Esse modelo cronificou egressos de longa internação em hospital psiquiátrico. Com a reforma, surgiram os serviços substitutivos e os hospitais estão sendo fechados. Assim os pacientes crônicos se encontraram desassistidos. Com o objetivo de dar suporte a esses pacientes foi realizado o projeto de extensão “atenção psicossocial e assistência domiciliar na modalidade de visita e atendimento a pacientes portadores de transtorno mental”, fomentado pela Pró Reitoria de Ensino e Extensão – PROEX da Universidade Federal do Maranhão. O Projeto se realizou de março de 2011 a maio de 2012 e atendeu a 4 pacientes egressos de longa internação. Três são assistidos pelo Serviço Residencial Terapêutico e um voltou pra casa da família. Os atendimentos foram feitos semanalmente. Quando o hospital psiquiátrico da cidade fechou em dezembro de 2011 essas pessoas se encontraram com dificuldade de reinserção social devido ao tempo que passaram internadas. O atendimento foi realizado na forma de acompanhamento terapêutico e as atividades em sua maioria propostas pelo paciente, iam desde um simples passeio, até atividades do cotidiano fáceis para outras pessoas como comprar algo pra casa ou arrumar suas roupas. A evolução se dá de forma lenta, mas presente. Aos poucos se criou vínculos afetivos com os acompanhantes e isso permitiu maior chance de intervenção com ações na tentativa de reabilitação psicossocial. O projeto tem obtido êxito à medida que se nota a evolução dos pacientes em estar de novo no mundo e dos executores do projeto que tem a possibilidade de uma formação em Saúde Mental que ultrapasse as barreiras dos paradigmas, preconceitos e modelos de assistência médico especializada. Fora da instituição eles são de novo protagonistas de suas vidas. Porém o processo de reapropriação requer tempo e ajuda com o conhecimento necessário para que a reabilitação psicossocial seja um sonho atingível. Os cenários cotidianos como a casa e a rua são lugares de experiências onde as coisas e a vida se ressignifica. Tais cenários são os territórios das trocas e das relações sócio-afetivas. São eixos sobre os quais se constrói o aumento da capacidade contratual do sujeito. Projetos como o exposto, que ajude os pacientes portadores de transtorno mental a se recolocar na sociedade são uma implementação significante para todos os envolvidos.