A hipertensão arterial gestacional surge, em geral, na segunda metade da gestação, principalmente após a 20ª semana. Pode ser precedida por edema visível ou oculto, revelado pelo aumento brusco do peso corporal e, ainda, por proteinúria e elevação da pressão arterial, além de 140/90 mmHg ou o aumento de 30 mmHg para a pressão sistólica e de 15 mmHg para a diastólica1. O estudo trata-se de um relato de experiência, com abordagem qualitativa, sobre a assistência prestada a puérpera com eclampsia e a sua família a partir do Modelo Calgary de Avaliação Familiar (MCAF). A puérpera do estudo será denominada de Maria, para melhor compreensão do trabalho. Maria desenvolveu eclampsia com 33 semanas de gestação e teve um parto de urgência com o nascimento de uma criança com 1700 gramas, e com o diagnóstico de septicemia. Nesse contexto, aplicou-se o MCAF estruturado em três esferas: Estrutura, Desenvolvimento, e Funcional. Com relação à estrutura observa-se que a família apresentava vínculo forte entre si, após o nascimento da criança e com os profissionais do CSF, sendo esse um ponto de apoio para todos. No desenvolvimento, houve mudança no ciclo familiar com a inserção do novo membro e as alterações na rotina. Maria necessitava tomar as medicações para eclampsia no horário, amamentar a criança a cada 2hs, além de sua alimentação ser rica em ferro e líquidos para ajudar na produção de leite, e fazer o acompanhamento da pressão arterial até finalizar seis semanas após o parto. A criança deveria ser pesada uma vez por semana para acompanhamento de seu ganho de peso. E a avaliação funcional, que demonstrou que a família estava se adaptando a nova situação, até mesmo em relação alimentação mais rica em ferro. Maria durante o dia alimentava-se em períodos regulares e mantinha muito o contato com o bebê, e o seu marido sempre ajudava na troca de roupa, nos banhos e colocar para dormir. Avaliando a família com resultado de boa funcionalidade, nota-se a importância de, em muitas situações, realizar orientações para a família, e que cabe a equipe de saúde identificar e compreender essas demandas. Entender as relações familiares, seus pontos de apoio, estratégias de adaptação, bem como sua funcionalidade são essenciais para se desenvolver um cuidado holístico, mas que também sane as demandas mais imediatas de assistência, otimizando esta e tornando a família um sujeito ativo no processo saúde-doença-cuidado.