INTRODUÇÃO: A corrida de leito é importante para elaboração do planejamento dos cuidados. Neste contexto, quando se discute o caso clínico do paciente durante a corrida de forma aberta a todos presente, pode se constituir uma questão de invasão de privacidade. Assim, tal questão encontra-se ainda com outro conceito que deve permear o processo de trabalho dos profissionais, o qual também é proposta para melhoria do serviço prestado: a humanização. OBJETIVO: Relatar experiência da corrida de leito na perspectiva ética. METODOLOGIA: Relato de experiência, seguindo os pressupostos do estudo exploratório, com caráter qualitativo, por observação não sistemática, da corrida de leito realizada por profissionais que prestam assistência a pacientes internados. RESULTADOS: Em alguns casos, a corrida foi realizada com a participação do paciente e seu consentimento. Contudo, o paciente participa passivamente, muito aquém do esperado para de fato por em prática os pressupostos éticos-legais-humanísticos. Na maioria, foi realizada sem nenhum pudor ou respeito, abordando-o de forma brusca, ou mesmo sem lhe dirigir a palavra. Observou-se uso de termos técnicos e jargões específicos da saúde, proporcionando ansiedade ao paciente relacionada ao estado de saúde, desconhecendo seu real significado. Neste ponto, a importância da corrida não é levada em consideração para a formulação do plano terapêutico para prestar uma melhor assistência. Ao observar a corrida praticada por médicos-docentes e seus alunos, nota-se que há centralidade no ensino da patologia apenas, o que fortalece o modelo biomédico, distanciando-os cada vez mais da enfermagem. Não foram observadas corridas realizadas pela enfermagem, o que chama atenção, haja vista, a corrida de leito, referida também como visita ao leito, ronda de enfermagem, visita diária de enfermagem, dentre outros, é o momento em que há o conhecimento mútuo entre o enfermeiro e o paciente. Nessa ocasião, identifica o estado de saúde do paciente e suas necessidades, de forma a estabelecer prioridades e assumir o compromisso de uma assistência continua e de qualidade. CONCLUSÃO: Urge necessidade de discussão sobre os preceitos éticos e legais, para a corrida e discussão dos casos clínicos, sem ferir a privacidade. Sugere-se que a enfermagem seja estimulada a executar sua corrida, e, também, dependendo do caso, em conjunto com a equipe médica, como forma de construção coletiva do saber.