O agente comunitário de saúde, através da Estratégia Saúde da Família, deve ter incorporado, em sua formação, conceitos que valorizam as necessidades das grávidas adolescentes, com ações de cuidado desassociadas ao fator idade isolado. Tem como questão de pesquisa: Qual a perspectiva e atuação do agente comunitário de saúde, inserido na Estratégia Saúde da Família, acerca do cuidado de grávidas adolescentes? Analisar o cuidado às grávidas adolescentes através da perspectiva e atuação de agentes comunitários de saúde. Estudo qualitativo, exploratório e descritivo, desenvolvido com agentes comunitários de saúde que acompanhavam grávidas adolescentes, entre 10 e 19 anos, em qualquer trimestre de gestação, cadastradas no pré-natal da Unidade Saúde da Família Tabuleiro, bairro Tabuleiro, do município de Juazeiro-BA. Aprovado pelo Comitê de Ética da UNIVASF, sob a CAAE nº 00380441441-10. Foram realizadas 05 entrevistas semi-estruturadas e observações em diário de campo, as quais foram analisadas segundo análise de conteúdo de Bardin. Surgiram os cuidados técnicos e o preparo para a maternidade desvencilhada das necessidades mais subjetivas das adolescentes. Apareceram como obstáculos no acompanhamento pré-natal a falta de capacitação dos profissionais; a revelação tardia pela adolescente para a família sobre a gravidez e o déficit de materiais e de estrutura da unidade. Os sujeitos entrevistados colocaram que a adolescente ainda não se encontra preparada para ser mãe, devido à imaturidade biológica e psicossocial e revelam a necessidade de ações pré-natais específicas para gestantes adolescentes. O fato do agente ser residente na comunidade, mostrou-se como um fator decisivo na criação de vínculos com a adolescente. Constatou-se que os sujeitos buscam realizar o cuidado com a gestante adolescente, mesmo com a falta de recursos materiais e de capacitações, mas se faz importante compreender que os riscos aos quais essas gestantes se encontram expostas dependem muito mais da paridade do que da idade materna, além da influência da precocidade de um bom cuidado pré-natal, pois uma atenção obstétrica desqualificada poderá resultar em problemas muito mais acentuados do que a imaturidade física e ou emocional.