O transtorno bipolar é caracterizado por oscilações importantes do humor entre os polos da euforia e depressão. Essas oscilações afetam também os familiares, alterando significativamente a vida destes. Este estudo tem como objetivo relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem com um grupo de familiares de pacientes com transtorno bipolar, a partir da execução de um Projeto de Iniciação Científica. Trata-se de um estudo qualitativo, fenomenológico, na modalidade relato de experiência, a partir da vivência com familiares de pacientes com transtorno bipolar que participaram de um Projeto de Iniciação Científica desenvolvido no período de março a novembro de 2011 em Caxias-MA. Os sujeitos constituíram-se de 15 familiares de pessoas com transtorno bipolar e que fazem atendimento no CAPS III. Realizaram-se visitas domiciliares as famílias para a coleta de informações. Posteriormente foram sendo realizadas as reuniões com esses familiares no CAPS, onde foram feitas exposições orais sobre o transtorno bipolar, rodas de conversa e dinâmicas. Da análise dos dados, emergiram quatro unidades de significação. A primeira aborda que a convivência da família com o portador de transtorno bipolar gera sobrecarga sobre a família. Diante das situações relatadas pelos familiares, pode-se perceber que a família possui dificuldade no que se refere à convivência com a pessoa com transtorno bipolar. A segunda unidade de significação aborda que os familiares têm pouco conhecimento sobre a patologia do seu familiar. Estes familiares manifestaram a necessidade de receber mais orientações por parte dos profissionais de saúde. A terceira unidade explicita que os familiares em muitas situações, não sabem como lidar com seu familiar doente, sobretudo diante das crises. Percebeu-se que os familiares, muitas vezes, não sabem como agir de maneira adequada com o seu familiar. A quarta unidade aponta que as ações implementadas para melhorar a assistência refletem positivamente sobre a família e sobre aquele que é acometido com este transtorno. Observou-se que estas famílias ao participarem das atividades realizadas sentiram-se mais motivadas a participar do tratamento do familiar. Desta forma, conclui-se que é importante acompanhar essas famílias bem como, prestar esclarecimentos sobre o comportamento, a sintomatologia e o tratamento e realizar visitas domiciliares, prestando apoio a esta família, fazendo com que a mesma não se sinta sozinha.