Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) é considerada como um espaço importante para a promoção da saúde do público adolescente. Todavia, torna-se relevante considerar que existe uma relativa ausência dos adolescentes nos serviços de saúde, alguns estudos apontam que tal evento ocorre devido a baixa oferta de serviços voltado para o público adolescente ou ainda a pouca procura dos mesmos. Destarte, essa pesquisa surgiu devido à necessidade de conhecer as dificuldades apontadas pelos profissionais da ESF quanto à presença do adolescente no serviço. Objetivo: Identificar as possíveis dificuldades relacionadas à participação dos adolescentes na ESF. Metodologia: O estudo é do tipo descritivo de abordagem quantitativa realizado na cidade de Juazeiro do Norte-CE, junto aos profissionais de nível superior (dentistas, enfermeiros e médicos), atuantes nas 61 equipes de saúde da família do município, perfazendo uma amostra de 102 sujeitos. A coleta de dados se deu no período maio a setembro de 2011 através da aplicação de um questionário. A organização dos dados se deu mediante a utilização do software Statistical Package for Social Sciences 18.0 (SPSS) e estes foram analisados utilizando-se a literatura referente à temática. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Cariri sob o parecer nº 38/2010. Resultados: Quando solicitado aos profissionais que sinalizassem dificuldades quanto à participação dos adolescentes na Estratégia Saúde da Família, apenas 23,5% deles indicaram que não existem dificuldades para a participação do grupo. Os demais profissionais identificaram vários entraves à participação dos adolescentes, entre esses estão: a falta de disponibilidade dos profissionais para a realização de atividades direcionadas aos adolescentes impostas pela organização do serviço, o fato de os adolescentes não conhecerem as ações a eles ofertadas na Unidade Básica de Saúde, o serviço de saúde não ter ações específicas para os adolescentes, a falta de habilidade dos profissionais para trabalhar com esse grupo. Conclusão: Várias foram as dificuldades elencadas para a participação dos adolescentes nos serviços de saúde, sendo que algumas são mais complexas do que outras e exigem a reorientação dos serviços, mas principalmente, uma reorganização das práticas individuais de cada profissional de saúde envolvido na atenção à saúde do adolescente.