Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), vem-se trabalhando com um novo modelo do conceito saúde-doença. Este por sua vez, está mais abrangente, remetendo uma perspectiva de completo bem-estar, em que compreende diversos âmbitos de necessidade, como: saúde, educação, lazer, alimentação, moradia, dentre outros. Diante disso, destaca-se o processo de territorialização como elemento chave, pois, é por meio deste que se conhece não só o território, o espaço físico, suas delimitações, mas as características inerentes da população daquele local, seus problemas, suas necessidades, prioridades, como se dividem, meios de transporte, utilização do serviço de saúde. Todas essas informações irão proporcionar a equipe de saúde um conhecimento mais abrangente acerca da população e ambiente, percebendo-se a relação de interferência que um exerce sobre o outro e traçar intervenções próprias para as problemáticas encontradas. Com isso, objetivou-se verificar um conceito ampliado do processo de territorialização, e a sua relevância no sentido de um instrumento básico para diagnósticos, planejamentos, intervenções e acompanhamento da situação de saúde da população que nele está inserida, os quais devem ser incorporados como prática pela equipe de saúde na Estratégia Saúde da Família. Trata-se de um estudo descritivo baseado na revisão da literatura, constituido a partir do levantamneto bibliográfico de todos os artigos publicados por profissionais da saúde, entre os anos de 2004 a 2012, disponíveis na base de dados Scielo, Medline, Pubmed, Bireme e BVS. Ao analisar os artigos, estes nos remeteram a um conceito ampliado acerca do processo de territorialização, enfatizando-se a necessidade de conhecer a população a ser trabalhada pela equipe de profissionais da Estratégia Saúde da Família, o que só pode ser conseguido, através do processo de territorialização, permitindo um maior entendimento dos fatores que interferem no processo saúde-doença e, por conseguinte, ajudando a formar profissionais críticos e conhecedores da realidade local. Por fim, esse estudo permitiu verificar a verdadeira proposta sobre territorialização em saúde, o qual seu conceito transcende a área geográfica de uma determinada população, levando em consideração a dinâmica social e a sua relevante influência na qualidade de vida, no adoecer e no morrer dos indivíduos que nele estão inseridos.