O trabalho de extração da borracha era algo penoso desenvolvido por homens que vieram do nordeste do Brasil. Durante o primeiro e segundo ciclo da borracha os seringueiros eram proibidos pelos patrões de cultivar a agricultura de subsistência e plantar verduras, sob a justificativa de prejudicar o tempo dedicado à coleta do látex. Assim a dieta era à base de enlatados, com total ausência de vitaminas, situação que os levariam a péssimas condições de saúde. Nesse sentido, analisar a base alimentar de soldados da borracha (SB), nos seringais amazônicos é de fundamental importância para relacionar os desequilíbrios alimentares da época às patologias atuais manifestadas nos mesmos. A pesquisa de caráter descritivo é constituída de uma amostra de 57 aposentados SB, residentes no município de Cruzeiro do Sul. Os dados foram coletados a partir de um questionário semi-estruturado. Os resultados alcançados apontam para 2 períodos distintos, onde determinado grupo de seringueiro vive um período de intensa limitação e submissão ao seringalista, não podendo plantar, caçar ou pescar, utilizando-se apenas dos alimentos disponíveis no barracão do seringal. Em um período mais recente, os seringueiros gozavam de liberdade e assim podiam cultivar a agricultura de subsistência, além da caça e pesca, utilizando-se do sal como conservante. Algumas doenças como hipertensão e doenças cardíacas parecem estar associados à alimentação e estilo de vida da época.