No início da neonatologia, acreditava-se que o recém-nascido (RN) seria incapaz de sentir dor, não sendo esta motivo de preocupação de clínicos e investigadores durante muito tempo. No entanto, após vários estudos, houve uma mudança neste paradigma e o tratamento da dor do RN tornou-se necessário para garantir a sua qualidade de vida, além de ser uma importante medida de humanização da assistência. Os enfermeiros que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais são responsáveis pela qualidade dos cuidados prestados, bem como, pelo manejo e avaliação da dor do RN, devendo não só estar atentos aos sinais expressos por ele como também, utilizar-se de medidas que diminuam as agressões sofridas pelos neonatos. Este estudo tem por objetivo descrever as estratégias utilizadas pelos enfermeiros no manejo da dor em RN. Trata-se de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa, sendo realizada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um hospital de referência na Paraíba. A amostra do referido estudo foi composta por 07 enfermeiros atuantes na UTIN supracitada e a coleta dos dados aconteceu no período de 06/04/2010 a 22/04/2010, sendo então analisados de acordo com os pressupostos da análise de discurso de Fiorin. Ao final da pesquisa foi constatado que os enfermeiros eram capazes de reconhecer as diversas manifestações da dor no RN, porém, não realizavam a avaliação/mensuração através das escalas propostas na literatura. A assistência acontecia com base em observações subjetivas e assistemáticas, evidenciando uma necessidade da equipe quanto ao conhecimento, treinamento e utilização das escalas de dor. Percebe-se que é de extrema importância que a equipe de enfermagem seja preparada para intervir de maneira eficaz na identificação, prevenção e tratamento da dor no RN. A partir dos resultados desta pesquisa, é possível planejar oficinas de atualização para os enfermeiros, visando à qualificação de uma equipe que já se mostra sensibilizada.