Introdução: A violência tem se tornado cada vez mais evidente na sociedade atual e os índices de morbimortalidade acompanham esse crescimento. Diante dessa problemática, têm-se elencado inúmeros instrumentos metodológicos visando à minimização dos agravos neste âmbito, dentre as quais se destaca a capacitação de adolescentes para a abordagem de primeiros socorros em vítimas de violência. A construção de práticas de educação em saúde do presente trabalho foi viabilizada primeiramente a partir do levantamento das principais necessidades de saúde do bairro Santo Antônio, localizado no município de Mossoró-RN. A aplicação dos primeiros socorros é fundamental para salvar vidas e prevenir sequelas, tornando-se imprescindível a capacitação de leigos para o atendimento precoce em situações de emergência. Objetivos: Elaborar oficinas de primeiros socorros com estudantes do ensino fundamental em escola pública e praticar medidas de Suporte Básico de Vida e primeiros socorros em situações de urgência e emergência. Metodologia: Foram desenvolvidas rodas de conversas, aplicação de estudos de caso fictícios, os quais problematizavam as nuances de violências mais encontradas na comunidade, bem como os cuidados imediatos de manutenção da vida da vítima até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. O público-alvo foram 30 alunos matriculados em escola pública no município de Mossoró, pertencentes ao 6°, 7°, 8° e 9° anos do ensino fundamental, com faixa etária entre 12 e 16 anos. Resultados: Diante da realidade vivenciada nas práticas educativas percebe-se que o ensino de primeiros socorros ainda é restrito aos profissionais de saúde. Desse modo, faz-se necessário ampliar as discussões sobre a temática supracitada também nas escolas de ensino fundamental. A diferença entre a simulação e a realidade vivida evidenciou-se como limitação na capacitação do público alvo. Conclusão: O ensino de primeiros socorros deve ser disponibilizado nas escolas, visto que atribui aos sujeitos maior segurança para tratar de seus problemas de saúde, reduzindo sua vulnerabilidade. As oficinas envolvendo adolescentes mostraram-se relevantes, pois através das mesmas foi possível focar a problemática da violência embasando a realidade dos sujeitos, além disso, proporcionou uma acessibilidade a estratégias e a ações básicas, indispensáveis ao atendimento da vítima de violência.