Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: CONHECER PARA PREVENIR E ENFRENTAR
Relatoria:
MARIA RIZONEIDE NEGREIROS DE ARAÚJO
Autores:
- Helena Hemiko Iwamoto
- Laureni Conceição Tavares
- Fernanda Carolina Camargo
- Joyce Mara Gabriel Duarte
Modalidade:
Pôster
Área:
Vulnerabilidade social
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: As situações de violência sexual contra crianças e adolescentes apresentam um panorama incógnito, principalmente em razão de muitas vítimas não revelar o abuso, mormente durante o período de sua ocorrência, tendo, em alguns casos, a coragem de assumir o drama somente na idade adulta. O medo e a vergonha são as razões mais comuns para que elas se calem quanto à sua condição de vítima de situações de violência sexual. Objetivo: Descrever as situações de violência sexual infantojuvenil registradas no Conselho Tutelar de Uberaba/MG. Metodologia: Estudo descritivo, exploratório e retrospectivo, utilizando-se de dados secundários a partir de notificações de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. A consulta aos registros de ocorrência no Conselho Tutelar ocorreu por busca manual, em 2011. Identificamos 1.858 prontuários, que continham as mais diversas ocorrências, sendo selecionados 45 prontuários com ocorrência no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009. Resultados: Os índices de agressão foram mais frequentes nas meninas (86,7%), de 12 aos 14 anos (37,8%) e de 6 a 9 e a de 9 a 12 anos (28,8%). O abuso sexual e a exploração sexual, isoladamente ou associados a outro tipo de violência, foram os tipos de violência sexual mais recorrente. As denúncias mais freqüentes foram abuso sexual (51,1%) e estupro (11,1%), e maior parte dos casos ocorreu na própria residência da vítima (71,1%). A família foi a grande fonte de violência sexual (44,5%), sendo 26,7% dos agressores os próprios pais ou algum membro familiar (17,8%). Houve predomínio de agressores do sexo masculino (82,2%), de 30 a 39 anos (6,7%). Grande parte da denúncia do abuso sexual intrafamiliar adveio de algum membro familiar, com participação em 26,7% dos casos, principalmente por meio de denúncia anônima, com 17,8% dos casos. Conclusão: Considera-se relevante que os profissionais ofereçam especial atenção ao registro, o mais detalhado possível, sobre a notificação de violência sexual. Este detalhamento favorece a realização de pesquisas mais fidedignas trazendo subsídios que visem a prevenção e o enfrentamento da violência no âmbito da assistência, da sociedade e dos órgãos competentes.