Desde a sua existência o homem busca diversas maneiras de aliviar seus desconfortos físicos e psíquicos, procurando para isso vários meios, sejam eles herdados de seus familiares, ou por uso de ervas, uso da fé, de medicinas alternativas entre outras. Mas ultimamente se vê uma atenção somente ao conhecimento científico, negando o saber popular. Sabe-se que o conhecimento científico contribui para a caracterização da saúde e das doenças, mas suas verdades não podem ser estanques e nem podem ser consideradas como as melhores para tratar as questões de saúde. Por isso considera-se importante que os trabalhadores da saúde procurem orientar suas práticas com foco na integralidade, compreendendo que cada ser, é um ser particular que possui necessidades que extrapolam os limites do biológico, e perpassam para o campo do social e psicológico. O relato objetiva discutir a importância dos saberes e práticas populares no cuidado aos ciclos de vida. O estudo trata-se de um relato de experiência, vivenciado a partir de um seminário realizado pelos discentes do 6º período de enfermagem da Universidade do Estado Rio Grande do Norte que trazia como tema principal: “A polissemia do cuidado em saúde e suas interfaces na prática: desafios para a consolidação da integralidade" e como um de seus sub-temas “Saberes e práticas populares e o cuidado aos ciclos de vida”. Foi realizada uma verificação bibliográfica para entender como se dá a polissemia do cuidado em saúde, visitas a diversos locais que disponibilizam os cuidados em saúde baseado na cultura popular e toda pesquisa feita serviu de alicerce para a discussão realizada a cerca do assunto no seminário. Esse trabalho e a discussão no seminário nos proporcionaram uma reflexão crítica para uma melhor compreensão dos saberes e práticas populares utilizados como forma de cuidado aos ciclos de vida, bem como nos permitiu entender como podemos agregar os saberes cientifico e popular, e assim favorecer o bem-estar de cada individuo/coletivo. Ficou evidenciado que a busca do restabelecimento da saúde pela sociedade não se dá somente através dos serviços de saúde, mas também por meios de cuidados disponibilizados culturalmente. Conclui-se que percebida a complexidade que circunda a saúde/doença é necessário repensar o cuidado na perspectiva da integralidade, e refletir sobre o indivíduo/coletivo e onde os mesmos estão inseridos, então, os saberes e práticas populares devem ser compreendidos como colaboradores para esse processo.