O conhecimento do paciente sobre sua doença e condutas terapêuticas é um fator que pode influenciar na adesão terapêutica e no controle da hipertensão arterial. A identificação de déficits de conhecimento nos pacientes, aliado ao conhecimento das suas características socio-econômicas são essenciais para que ações direcionadas e efetivas sejam encontradas e aplicadas pela Enfermagem a fim de ajudar no seguimento adequado ao tratamento estabelecido. Objetivou-se investigar a compreensão de pacientes hipertensos a respeito da hipertensão e sua caracterização socio-econômica. Estudo descritivo, transversal, quantitativo desenvolvido com uma amostra de 72 pacientes de uma Unidade de Saúde da Família no município de Crato/CE. A coleta por fonte primária se deu em novembro de 2011. Para identificação da compreensão dos pacientes integrantes da pesquisa sobre a hipertensão arterial foi utilizado o Teste de Batalla. Houve aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa e autorização da Secretaria Municipal de Saúde. Ocorreu maior frequência do sexo feminino, faixa etária compreendida entre 60 e 69 anos, sendo que a maioria considerou-se parda. A maioria também apontou que convive com companheiro, possui baixa escolaridade (ensino fundamental incompleto), renda entre 1 e 1,9 salários mínimos e que são aposentados. Quanto ao teste de Batalla, obteve-se que os pacientes da pesquisa possuem conhecimento sobre a cronicidade da doença (72%) e sobre seu controle através do tratamento medicamentoso (94,4%) e não medicamentoso (90,2%). Entretanto, chama-se atenção para os 27,7% dos pacientes que desconhecem a cronicidade da doença e os 9,7% que ignoram a terapêutica dietética. Esses pacientes devem ser alvos de constantes ações educativas. Vale ressaltar que dois pacientes não responderam à pergunta sobre o controle da hipertensão por meio de medicamentos. Com relação às complicações da doença, constatou-se que apenas 21 pacientes (29,1%) acertaram dois órgãos afetados em decorrência da pressão elevada. Isso pode ocasionar em um menor nível de cuidados com a saúde e consequentemente falhas na adesão à terapêutica. O conhecimento dessas características permite que as ações de saúde sejam mais efetivas, uma vez que são elaboradas de acordo com o contexto pessoal, cultural e sócio-econômico do paciente. Essas ações de educação em saúde devem ser adequadas a cada realidade e possibilitar o empoderamento dos indivíduos para a tomada de decisões relacionadas ao seu bem estar.