INTRODUÇÃO: A enfermagem enquanto prática social insere-se no cuidado à criança e família desempenhando papel fundamental para a promoção, proteção e recuperação da saúde deste binômio. Entre as particularidades do processo de graduação do estudante de enfermagem, destaca- se a importância do incentivo à construção de um pensamento crítico e reflexivo durante a formação acadêmica, onde o processo saúde-doença seja compreendido em todas as variáveis que o permeiam. Nessa perspectiva, apresentamos o relato da experiência de uma estudante de graduação em enfermagem acerca de sua percepção sobre os fatores de vulnerabilidade que tornam crianças susceptíveis ao adoecimento e morte. METODOLOGIA: Optou-se por uma abordagem de cunho qualitativo que se aplica ao estudo das opiniões e percepções. O material empírico foi captado mediante uma entrevista aberta a uma estudante do quarto ano do curso de graduação em enfermagem de uma instituição de ensino superior privada. A análise do material foi feita baseada na análise temática. RESULTADOS: A entrevista foi desencadeada a partir da questão: Quais fatores você considera mais relevantes quanto à vulnerabilidade de crianças no processo de morbimortalidade? Ao apontar os aspectos relacionados a esta questão, a entrevistada relatou que observou durante a vivência nos estágios da disciplina “Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente” ocorridos no período de abril a junho de 2012, que os principais fatores de vulnerabilidade percebidos foram o baixo nível de instrução dos pais, as condições de vida, destacando-se as condições socioeconômicas e sanitárias desfavoráveis, a desnutrição, a anemia, a hipovitaminose A, os acidentes e a violência. A mesma relatou que os fatores referidos refletiam no grande número de atendimentos às crianças acometidas por parasitoses intestinais, doenças diarreicas, dermatoses e outras infecções e agravos nos serviços de saúde em que estagiou, entendendo que tais fatores repercutem negativamente no processo de crescimento e desenvolvimento infantil, refletindo no aumento da morbimortalidade. CONCLUSÃO: A aluna afirmou que a experiência do estágio foi fundamental, além de permitir a correlação entre teoria e prática, possibilitou o entendimento das nuances relativas à vulnerabilidade na infância. Ainda, referiu a necessidade do uso de tal conhecimento na implementação de ações para efetivar as diretrizes voltadas para a promoção da saúde da criança no âmbito do Sistema Único de Saúde.