A atenção à saúde mental infanto-juvenil nunca teve prioridade no Brasil. No decorrer da história esta categoria foi submetida a um modelo assistencial com grande propensão à institucionalização. Da mesma forma que o início do século XX demonstrou a relevância de uma adequada assistência a crianças e adolescentes, produziu um conjunto de medidas que tendenciou a facultar as bases do cuidado consentido em instituições fechadas com base asilar. A partir das propostas da Reforma Psiquiátrica existem meios que possam minimizar esse sofrimento, incluindo o fim dos hospitais psiquiátricos, criação de serviços extra-hospitalares e reabilitação psicossocial, surgindo à assistência ao usuário através de acompanhamento ambulatorial e domiciliar. A visita domiciliar compõe uma das ações na qual há uma troca de relações entre os profissionais e os usuários. O presente estudo tem como objetivo relatar a experiência da busca ativa aos usuários faltosos do CAPSia (Centro de Atenção Psicossocial infância e adolescência) e oferecer uma melhor assistência em domicilio. Trata-se de um estudo descritivo baseado em um relato de experiência a partir das visitas domiciliares realizadas no período de abril de 2011 até o momento como uma das ações do projeto de extensão: Ações de Enfermagem ao portador de transtorno mental e a sua família desenvolvido no CAPSia de Ilhéus. As visitas proporcionaram principalmente o conhecimento do contexto social e das relações estabelecidas, das dificuldades enfrentadas, sobretudo, desestrutura familiar e baixa condição socioeconômica. Assim, notou-se a necessidade de um acompanhamento mais próximo e a elaboração de um projeto terapêutico que leve em conta o contexto individual dessas famílias. Diante do pressuposto de que as visitas domiciliares são de grande contribuição tanto para os profissionais e usuários faz-se necessário que essa ação seja cada vez mais realizada, possibilitando dessa maneira um melhor planejamento das ações para serem implementadas pela equipe do CAPSia.