INTRODUÇÃO: O perfil dos casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) vem ao longo dos anos se modificando; deixando uma população com alto nível socioeconômico e predominantemente masculina, pertencente a categoria de transmissão homo/bissexual, para uma população com baixos níveis socioeconômico e de escolaridade, heterossexual e com maior incidência sobre as mulheres. Esse novo panorama da AIDS no mundo, assim como no Brasil, nos remete a pensar em populações socialmente vulneráveis, sendo estas vulnerabilidades correlacionadas a fatores que integram os planos individual, social e programático, que fazem parte da vida destes indivíduos. Sendo assim, monitorar e acompanhar o desenvolvimento dessa epidemia constitui fator imprescindível no combate e controle da mesma em nosso país e no mundo.OBJETIVO: Delinear o perfil dos portadores de AIDS no estado do Espírito Santo, no período de 2000 a 2010. METODOLOGIA: Estudo descritivo, transversal, quantitativo, do tipo levantamento, cujos os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os dados obtidos referem-se ao número de casos de AIDS identificados no estado do Espírito Santo, durante o período de 2000 a 2010. Por se tratar de uma pesquisa que utiliza dados secundários, e os mesmos são de domínio público, não houve necessidade de submissão da pesquisa ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). RESULTADOS: No período avaliado foram identificados 5.015 casos de AIDS no estado. Os resultados demonstraram predominância do sexo masculino (58,30%); com idade entre 20 a 34 anos (40,27%); pardos (38,94%), com uma leve diferença em relação aos brancos (34,49%); com 4 a 7 anos de estudo (27,15) e heterossexuais (61,17%). Já em relação à distribuição geográfica da doença, mais da metade dos infectados (68,49%), residiam na a Região Metropolitana da grande Vitória. CONCLUSÃO: Percebe-se que o percurso da doença no estado vem seguindo um caminho já esperado para os tempos atuais, neste sentido, este novo estado da AIDS requer a implantação de ações que diminuam seus danos sobre a população em geral e especialmente sobre os grupos mais vulneráveis. Dessa forma, trabalhar o controle da AIDS sobre a minimização das vulnerabilidades, constitui meio eficaz de prevenção da mesma.