Introdução: Tétano é uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, causada pela ação de exotoxinas produzidas pelo bacilo Clostridium tetani que provoca um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso central. Trata-se de uma doença relacionada a riscos ambientais e comportamentais do que propriamente transmissível, dessa maneira não se apresenta de forma epidêmica na comunidade. Apesar de ser previnível, pois dispõe de uma vacina eficiente e de baixo custo, continua sendo um problema de saúde pública pela sua alta letalidade. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de tétano acidental notificados no Brasil. Metodologia: Utilizou-se o Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, como base para o levantamento de dados, referente aos casos de tétano confirmados nos anos de 2008 a 2011, analisando como variáveis demográficas: faixa etária, sexo, raça, zona de residência, escolaridade e evolução, que estão associadas a incidência e a letalidade do tétano. Resultados: Durante este período foram notificados 1137 casos, onde destes 32,80% evoluíram para óbito. Existiu uma predominância da doença em indivíduos com faixa etária de 40 a 59 anos (40,02%), sexo masculino (84,87%), residentes da zona urbana (75,02%), cor parda (48,46%) e nível de escolaridade de 1ª à 4ª série (16,27%). Houve uma maior incidência dos casos no ano de 2008 (28,67%). Conclusão: Segundo os dados, o sexo masculino é o grupo mais atingido, sugere-se em decorrência da sua exposição no trabalho e por não existir campanha de vacinação direcionada a estes indivíduos na fase adulta, diferentemente das mulheres que há uma estratégia vacinal, direcionada à prevenção do tétano neonatal, durante o período gestacional, para a proteção do recém-nascido. Nota-se uma necessidade fazer uma ampliação da cobertura vacinal, principalmente para aqueles indivíduos mais descritos, além de uma melhoria das condições de acesso e assistência dos serviços de saúde.