A insuficiência cardíaca (IC) é uma das grandes preocupações dos programas de saúde pública, considerando-se a crescente prevalência, a elevada morbimortalidade, o alto índice de hospitalização e a perda da capacidade produtiva de uma parcela da população. O paciente com IC precisa de constante acompanhamento e motivação para praticar o autocuidado e melhor adaptar-se à nova situação de vida. Desse modo, é fundamental avaliar a prática do autocuidado dessa clientela, visto que o cuidado pessoal é indispensável para melhoria da qualidade de vida e diminuição das complicações. Como suporte, é necessário o desenvolvimento de tecnologias de enfermagem que mensurem o autocuidado de pacientes com IC para direcionar a assistência prestada ao paciente segundo suas necessidades individuais. Ante o exposto, tem-se como objetivo descrever as etapas de construção da Escala de Avaliação do Autocuidado de Pacientes com Insuficiência Cardíaca (EAAPIC). Trata-se de um relato de experiência da construção de um instrumento de avaliação do autocuidado do paciente com IC que utilizou o Modelo Psicométrico descrito por Pasquali como referencial metodológico e obedeceu às seguintes etapas: identificação do construto “autocuidado de pacientes com insuficiência cardíaca”, e aprofundamento do constructo, definição operacional e constitutiva e operacionalização do construto. Inicialmente, identificou-se o interesse pelo objeto de estudo: o autocuidado de pacientes com IC. Devido à necessidade de aprofundamento do construto com a elaboração de uma mini-teoria acerca do construto que pretende medir, recorreu-se a um amplo levantamento da literatura. Em seguida, foi realizada a conceituação clara e precisa do autocuidado de pacientes com IC. Após a explicitação teórica sobre o construto e suas definições, prosseguiu-se com a construção dos itens que integraram o instrumento de medida. Assim, foi construída a EAAPIC composta por questões fechadas que possuem um número fixo de respostas alternativas, sendo escolhida a escala de Likert de cinco níveis com escores variando de 1 a 5, sendo um a pior nota referente ao autocuidado do paciente e cinco a melhor. Assim, quanto maior o valor, melhor o autocuidado do paciente com IC. Espera-se ter contribuído com uma tecnologia de enfermagem leve-dura que facilite a avaliação do autocuidado de pacientes com IC de modo a orientar os enfermeiros, e demais profissionais de saúde, na realização da consulta de enfermagem.