Introdução: Os cuidados prestados ao potencial doador em morte encefálica têm por finalidade manter os órgãos vitais em boa conservação para a possível doação. Estes cuidados são de responsabilidade da equipe multiprofissional, em especial do enfermeiro, já que este profissional empenha cuidados diretos e interruptos ao paciente grave. Desta forma, se faz necessária a sistematização do cuidado, com o intuito de qualificar este atendimento. Objetivo: Identificar a atuação do enfermeiro na sistematização da assistência ao potencial doador de órgãos, conforme a literatura. Metodologia: Estudo do tipo pesquisa bibliográfica. Foi realizada busca em bases de dados virtuais, livros e periódicos, que abordassem a temática de cuidados críticos ao potencial doador de órgãos. Os critérios de inclusão para a pesquisa foram: publicações dos últimos cinco anos. Foram utilizados os seguintes descritores: Cuidados de enfermagem, morte encefálica, sistematização. Resultados: Considerando a primeira etapa do processo de enfermagem, é imprescindível que se faça a anamnese e exame físico completos, com ênfase na entrevista com os familiares e realização de exames complementares. O apoio e a abordagem direcionada a família também merecem destaque, visto que esta deve autorizar formalmente a doação. Ao ser detectado a morte encefálica, a prioridade de tratamento é voltada para a manutenção da homeostase corporal. Assim a assistência de enfermagem deve atender a essas necessidades através das prescrições: manutenção de cabeceira elevada a 30º, aspiração de secreções pulmonares; avaliação da instabilidade hemodinâmica, com ênfase na manutenção da pressão arterial e da temperatura corporal. Para isso, os sinais vitais devem ser monitorados continuamente; as medidas da pressão venosa central (PVC), do débito urinário e da glicemia capilar devem ser monitoradas e corrigidas. Com relação à hipotermia, o uso de cobertores e de fluidos aquecidos ajuda manter a homeostase corporal; dietas por via enteral devem ser mantidas. Conclusão: A manutenção do potencial doador inclui, desde o seu reconhecimento e posterior confirmação, o pleno conhecimento de todas as formalidades legais envolvidas no processo, a prevenção, detecção precoce e manuseio imediato das principais complicações advindas da morte encefálica para que os órgãos possam ser retirados e transplantados nas melhores condições funcionais possíveis.