Introdução: A experiência do parto representa na vida da mulher e da família, uma transição importante, um momento em que necessita de apoio e compreensão e dele ela deve participar ativamente, obtendo assim, conforto físico e psíquico. O parto domiciliar vem devolvendo a mulher esta autonomia escolha de onde e como será conduzido seu parto. Considerando que o parto domiciliar contraria frontalmente a ideologia urbana vigente, foi desenvolvido este estudo com mulheres que pariram em domicílio e se prepararam para o parto normal nesse ambiente por meio do C.A.I.S do Parto, cujo trabalho é orientado por bases que valorizam o resgate do parto em ambiente acolhedor, familiar com conforto e segurança emocional e com acompanhamento por profissionais qualificadas. Objetivo: conhecer a experiência do parto domiciliar segundo a concepção de mulheres que o vivenciaram. Método: estudo exploratório, descritivo e qualitativo, realizado com um grupo de 10 mulheres que teveram seu parto realizado no domicilio. Para analisar o material produzido nas entrevistas, utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo - DSC. Resultados: No discurso de todas as mulheres participantes do estudo, o parto domiciliar proporcionou autonomia, liberdade, segurança e empoderamento por estar com familiares em ambiente acolhedor, foi resgatado o protagonismo da mulher, o que no ambiente hospitalar não é possível. Discussão:. A valorização da autonomia da mulher no presente estudo confirma a importância dada pelas parturientes para a garantia de poder fazer escolhas, colocar em prática hábitos e costumes que tornam o ambiente adequado às suas crenças, escolher condutas e decidir sobre quem participará ou não deste momento. Neste contexto o parto domiciliar resgata a capacidade feminina de exercer autonomia sobre todo o processo sendo a(o) profissional de saúde apenas um(a) facilitador(a). Conclusão: Evidenciamos que as mulheres que optaram pelo parto domiciliar encontraram posicionamentos favoráveis para sua realização.Contudo é considerando que essa possibilidade de escolha ainda não se constitui em realidade acessível à maioria das brasileiras, portanto ainda há muito para se fazer a fim de garantir um parto seguro, digno e respeitoso para todas as mulheres como preconiza a OMS e que as mesmas possam escolher o seu tipo de parto.