INTRODUÇÃO: Território não pode ser compreendido apenas como resultado de uma interação entre organismo e natureza bruta, independente da ação humana. Deve ser entendido como um espaço em permanente construção, constituído por uma rede de sistemas e ações com articulações verticais e horizontais. Portanto, é preciso que o conceito de território dinâmico seja apreendido pelos profissionais para a definição das intervenção em saúde, pois é nele que se desenvolvem e se localizam os processos geradores de nocividades e determinantes do processo saúde-doença. OBJETIVO: Relatar atividade vivenciada por acadêmicos do terceiro período do curso de graduação em enfermagem na captação das condições físicas, sociais e econômicas do território de abrangência da Estratégia Saúde da família (ESF) do Bairro Paulo VI, município de Caicó/RN.METODOLOGIA: O trabalho teve como embasamento metodológico a disciplina Epidemiologia e Enfermagem, ofertada no curso de graduação em enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, que possibilita ao discente, analisar de forma crítica e qualitativa a realidade da produção dos serviços de saúde, nas dimensões estrutural, particular e singular. A atividade foi desenvolvida durante o mês de dezembro de 2011 através de visita ao bairro para reconhecimento da realidade local, onde foram registradas impressões do território, bem como acompanhamento das microáreas com os Agentes Comunitários de Saúde. Para obtenção das informações utilizou-se roteiro norteador. RESULTADOS: Trata-se de um território heterogêneo composto por ruas pavimentadas e saneadas, assim como micro áreas sem pavimentação, saneamento básico e com sérios problemas ambientais, como lixo a céu aberto. Com o trabalho desenvolvido pela ESF os índices de doenças parasitárias e gravidez na adolescência estão em declínio. Conclusão: A experiência possibilitou uma relação entre as categorias saúde e o território, assim como sua influência sobre o processo de adoecimento, nos grupos mais vulneráveis, revelando suas necessidades. Permitiu ainda identificar que os dados indicados na ficha “A” do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), não condizem com a realidade em vários aspectos, podendo acarretar fragilidade no planejamento das ações em saúde. O modelo epidemiológico associado ao trabalho em equipe permite vislumbrar caminhos para compreender que o território é uma ferramenta indispensável na realização das atividades assistenciais.