Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
APRENDENDO A VIVENCIAR O PROCESSO DE MORTE E MORRER: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Relatoria:
ANA RAFAELA DANTAS DOS SANTOS
Autores:
- WANESSA CRISTINA TOMAZ DOS SANTOS BARROS
- ALINE MATIAS DE ARAÚJO CORCINO
- ILANNA DANTAS COSTA
- OTAMARA MAYARA DE ARAÚJO TEIXEIRA
Modalidade:
Pôster
Área:
Determinantes de vida e trabalho
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução: O avanço científico trouxe uma mudança no conceito de morte, antes definida como a cessação dos batimentos cardíacos e hoje associada á morte encefálica. Nesse contexto, a morte passou a ser institucionalizada, cercada por aparelhos de alta tecnologia e profissionais treinados para manipulá-los, porém sem preparo para assistir o paciente e sua família no processo de morte e morrer. Quanto ao enfermeiro, isso pode estar associado a sua formação, pois muitas vezes são ensinados a comprometerem-se apenas com o tratamento e recuperação do sujeito, havendo um sentimento de fracasso quando a cura não é possível e a morte inevitável. Objetivos: Relatar a experiência de vivenciar um processo de morte, tendo como contexto uma simulação em sala de aula. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, desenvolvido a partir da vivência do processo de ensino-aprendizagem sobre a morte e o morrer, no curso de graduação em Enfermagem, da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA/UFRN), no semestre letivo 2012.1. Resultados: Ao chegar na sala de aula, havia um boneco todo coberto com um lençol em cima de uma maca, representando um corpo sem vida. Havia também algumas luzes acesas e as cadeiras estavam organizadas formando um círculo em torno do boneco, simulando um velório. A docente pediu para que os alunos colocassem em cima do boneco um objeto de grande significado para si. Em seguida, a mesma iniciou uma reflexão, utilizando-se da questão: e se esse objeto que representa algo ou alguém da sua vida, não voltasse mais? Cada discente pode falar sobre o que estava sentindo naquele momento, naquela situação de perda, vivenciando uma condição de luto, angústia e dor. Todos refletiram sobre os seus sentimentos diante da morte, seja como um indivíduo que perde um ente querido ou como um profissional que ao cuidar do outro estabelece também um sentimento de empatia. Debateu-se sobre a importância de pensar, sentir, falar e escutar sobre o processo de morte e morrer, respeitar a sua própria dor e a dor do outro. Conclusão: A vivência realizada em sala de aula possibilitou o contato com a morte ainda durante a formação. Trata-se de uma atitude necessária, pois apesar de estar presente cotidianamente a morte ainda é cercada por sentimento de negação e despreparo. Ressalta-se a importância das instituições formadoras promoverem formas diversificadas de ensino-aprendizagem sobre a morte e morrer, sobretudo quanto aos aspectos emocionais que envolvem o tema.