Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
ASPECTOS ÉTICOS DA HEMOTRANSFUSÃO
Relatoria:
THAIS RAQUEL PIRES TAVARES
Autores:
- Aline Kalline Morais de Medeiros
- Amanda Pereira Ferreira
- Luciane Paula Batista Araujo de Oliveira
- Wanessa Cristina Tomaz dos Santos Barros
Modalidade:
Pôster
Área:
Ética e legislação em enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A biotecnologia contribui em áreas necessárias à sobrevivência humana, porém causa impactos na opinião pública. Tem-se como exemplo a hemotransfusão – administração de hemocomponentes em uma pessoa por via endovenosa para fins terapêuticos – uma técnica que envolve riscos iatrogênicos e que não é aceita por algumas religiões. Este trabalho objetiva identificar as questões bioéticas envolvidas na hemotransfusão, a partir da literatura científica. Foram pesquisados artigos na base de dados LILACS, utilizando os descritores transfusão de sangue e Testemunhas de Jeová, sendo encontrados 266 artigos, que após passarem pelos critérios de inclusão e exclusão formaram um corpus de 6 artigos que serviram de base para esse estudo, além das informações do site do Ministério da Saúde. Diante da leitura do material coletado, identificou-se três vertentes envolvidas com questões bioéticas da transfusão de sangue, foram elas: Riscos iatrogênicos, questão religiosa das Testemunhas de Jeová (TJ), e o direito das crianças e adolescentes filhos dos seguidores da religião TJ. Os riscos iatrogênicos incluem os riscos de transmissão de doenças, efeitos adversos como reações alérgicas ou hemolíticas, sobrecarga circulatória de ferro e possível imunossupressão. A questão religiosa dos TJ é a que mais se destaca, pois os seguidores da religião se recusam a receber qualquer tipo de hemoderivado, mesmo com fins terapêuticos. Tal fato relaciona-se a dois princípios da bioética: o da autonomia, que considera o direito de escolha do indivíduo, e o da beneficência, que significa a obrigação de agir para o benefício do outro. Os direitos das crianças e adolescentes filhos de TJ pode implicar em processos contra seus pais com a justificativa de abandono, mas por razões morais que transcendem a questão do risco das transfusões, esses pais impedem que sejam usadas esse tipo de terapia em seus filhos. Não se pode negar que a técnica em questão traz benefícios à saúde, mas é preciso levar em conta que existe a possibilidade de males a curto ou em longo prazo na vida da pessoa; é preciso também considerar o sujeito em todas as suas dimensões, levando em conta que ele possui uma crença religiosa, porém este posicionamento pode entrar em conflito com a postura profissional de salvar vidas acima de tudo. Assim, ressalta-se que a Hemotransfusão não deve ser discutida como uma questão polêmica, mas problematizada em seus aspectos bioéticos para que ciência e religião possam caminhar juntas.