Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica de alto custo hospitalar, resultante de diversas etiologias e que, geralmente, é o estágio final da maioria das doenças cardíacas. Manifesta-se tanto de forma crônica como descompensada, levando a sintomas incapacitantes, frequentes hospitalizações e redução da qualidade de vida. Além disso, possui um complexo regime terapêutico, cuja adesão ao tratamento com o uso regular das medicações e as alterações no estilo de vida são essenciais para evitar crises de descompensação. Contudo, isto tem sido uma importante limitação para alguns pacientes, e por conta disso, as taxas de readmissões continuam elevadas. Objetivos: identificar os motivos de internação dos pacientes com IC e verificar conduta realizada pelos pacientes para melhorarem o quadro clínico. Metodologia: estudo transversal com abordagem quantitativa, desenvolvido num hospital público terciário referência em atendimento cardiovascular e pulmonar localizado na cidade de Fortaleza-Ceará. A população foi constituída por pacientes portadores de IC internados no referido hospital e a amostra foi calculada por meio da formula para população finita, perfazendo um total de 76 pacientes que atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista com os pacientes e consulta aos prontuários. Para a análise de dados, empregou-se a estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da referida instituição sob protocolo no 774/10. Resultados: os resultados mostraram que todos os pacientes já se internaram mais de uma vez, sendo que 33% dos entrevistados reinternaram-se uma vez em menos de seis meses e 28% duas vezes. Os motivos expressivos relatados pelos pacientes na internação foram dispnéia (84%), edema de membros inferiores (54%) e desconforto abdominal (41%). Para melhorarem o quadro clínico agudo, 46% dos pacientes procuraram assistência médica, 39% realizaram automedicação, aumentando ou diminuindo dose de medicamentos e 15% disseram intensificar as medidas não farmacológicas. Conclusão: Assim, fica evidente que a descompensação clínica propicia reinternações hospitalares frequentes e que pode ser resultante da baixa adesão ao tratamento proposto.