INTRODUÇÃO: Os estágios e vivências no SUS propiciam aos estudantes a experimentação de um novo espaço de aprendizagem, que é o cotidiano de trabalho das organizações de redes e sistemas de saúde, entendido como dispositivo educativo e espaço para desenvolver processos de luta no campo da saúde, possibilitando a formação de profissionais comprometidos ética e politicamente com as necessidades de saúde da população. OBJETIVOS: Relatar a experiência da vivência-estágio na realidade do SUS. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência de uma Vivência-Estágio de estudantes universitários da área da saúde, na realidade do SUS no Piauí, ofertado pelo Ministério da Saúde. O estágio ocorreu nos meses de fevereiro e março de 2012, na cidade de Teresina contando com a participação de 40 acadêmicos de diversos cursos, provenientes de diversas universidades do estado. Durante 15 dias, os acadêmicos conheceram diferentes locais onde o SUS atua, como Unidades Básicas de Saúde, Hospitais, Conselhos Municipais de Saúde, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e Secretarias de Saúde, além de comunidades locais e movimentos sociais. Após cada dia de estágio, os participantes debatiam as situações vistas e elaboravam relatórios, tendo como base para as discussões o uso de textos, palestras assistidas durante o processo e apoio de facilitadores, geralmente ex-estagiários do VER-SUS. RESULTADOS: A participação no VER-SUS contribui para o aprimoramento individual dos estudantes sobre o SUS, destacando a sua importância enquanto política pública. Ressalta-se ainda, que apesar da qualidade da vivência, ela é de fórum individual, dificilmente aplicável no coletivo da academia, em decorrência do déficit de conhecimento sobre o SUS, bem como reduzido interesse dos estudantes (fatores passíveis de intervenção por meio de capacitação e motivação institucional). Nesta perspectiva, torna-se imprescindível a efetivação de políticas públicas que integrem as áreas da saúde e educação, garantindo que práticas educativas realizadas no SUS, configurem dispositivos para a análise das experiências de saúde locais. CONCLUSÃO: Acredita-se que vivências como a propiciada pelo VER-SUS contribuem, mesmo que de forma focal, para a formação técnica, científica e política dos graduandos da área da saúde, na perspectiva interdisciplinar e intersetorial, garantindo a discussão sobre o trabalho em equipe, gestão, atenção à saúde, educação e controle social. Como tal, deve ser preservada e ampliada.