Os riscos ocupacionais acometem diariamente diversos profissionais, entretanto, o ambiente hospitalar merece destaque na exposição da saúde do trabalhador, que constitui fator fundamental ao seu desempenho. É de suma importância um diagnóstico dos riscos ocupacionais para o planejamento de medidas preventivas, visando à promoção da saúde dos trabalhadores de enfermagem, considerando o grande número de profissionais da área.Com o objetivo de caracterizar o perfil dos trabalhadores de enfermagem e avaliar a relação entre os fatores de risco no trabalho e os problemas de saúde destes na percepção dos próprios profissionais, realizou-se estudo descritivo, com abordagem quantitativa, com 104 profissionais de enfermagem em um hospital pediátrico de Teresina. Utilizou-se um questionário estruturado criado por Boix e Vogel (1997) e adaptado por Mauro em 2006. Os dados coletados foram submetidos à análise estatística por meio do programa SPSS versão 18.0. O perfil do profissional de enfermagem encontrado aponta a predominância feminina (94,2%) de profissionais, com idade entre 30 a 59 anos (57,6%), casados (53,8%), na categoria de técnico de enfermagem (53,8%), com mais de um vínculo empregatício (51,9%) e baixa remuneração (67,7%). Os principais fatores de risco citados foram: risco de contrair infecção/doença com (93,2%), má distribuição do espaço físico com (91,3%), ordem e limpeza insuficientes (87,5%), exposição a riscos biológicos (80,8%), exposição ao vírus HIV (77,9%) e ao vírus da hepatite (77,9%). Dentre os problemas de saúde relacionados ao trabalho, destacaram-se os problemas do sistema musculoesquelético e decorrentes de cargas psíquicas. Conclui-se que o profissional de enfermagem, mesmo exposto a inúmeras situações de risco para sua saúde, frequentemente atenta-se apenas aos riscos biológicos e físicos. Tal fato compromete a prevenção de acidentes decorrentes de riscos químicos e ergonômicos, possibilitando o surgimento ou agravamento de doenças. O estudo reflete também a necessidade de um olhar diferenciado por parte das instituições de saúde a fim de reconhecer os riscos presentes no ambiente de trabalho e adotar medidas preventivas como a melhoria das condições de trabalho.