No cenário brasileiro, considera-se o aborto como um problema de saúde pública que envolve diversos fatores, dentre eles, políticos, econômicos e sociais. Além de ser uma das intercorrências mais comuns na primeira metade do período gestacional, suas complicações aumentam consideravelmente o risco de mortalidade materna. Este estudo tem como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura sobre o aborto como causa de mortalidade materna no período de 1996 a 2010. Para a coleta de dados foram levantados artigos nos bancos de dados BDENF, LILACS e SCIELO. A amostra final foi composta de 11 (onze) publicações. Os resultados descrevem que as complicações do aborto configuram-se uma das principais causas de morte entre as mulheres, sendo que, apesar dos índices estatísticos variarem entre as diversas regiões do país, dentro de um contexto geral, o Ministério da Saúde (MS) destaca que do total de óbitos, o aborto representa cerca de 12,5%, ocupando o terceiro lugar entre as causas de mortalidade materna no Brasil. Concluiu-se que a clandestinidade além de promover falhas no sistema de notificação de mortes maternas, é um fator que compromete a veracidade dos dados, o que leva ao entendimento de que os índices estatísticos podem ser ainda mais evidentes do que os apontados nos estudos.