A religião e a espiritualidade são consideradas mundialmente como algo condicionador para a vida, na qual cada um pode fazer a sua escolha de acordo com os seus princípios, mas devendo seguir as diretrizes que a sua escolha impõe. Muitas são as opções, fato que se deve ao aumento populacional na contemporaneidade, gerando uma multiplicação de pensamento e alternativas religiosas, influenciando em muitas vertentes, e também na saúde. Logo, o estudo objetivou conhecer a influência da espiritualidade no contexto do cuidado em saúde. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada durante o mês de fevereiro de 2012, a partir de uma busca de artigos e periódicos disponíveis nos bancos de indexação BVS e SCIELO. Foram utilizadas as palavras-chave: Religião; Espiritualidade; Atitudes e Prática em Saúde, e por critérios de seleção dos artigos: data de publicação (2002 a 2011), título do periódico e textos completos, selecionando dessa forma 15 artigos. O Brasil tem uma raiz colonizadora religiosa que marcou a organização do Estado e, em particular, a organização da saúde. Essa herança transformou o cuidado aos doentes, antes realizado por mulheres, em uma das formas de caridade adotadas pela igreja e que conjuga com a história da enfermagem. A espiritualidade e sua relação com a saúde tem se tornado um claro paradigma a ser estabelecido na prática de saúde. Alguns autores apontam para a necessidade de uma desestigmatização e a valorização dos saberes e práticas terapêuticas, bem como o diálogo entre os conhecimentos tradicionais presentes nas religiões e os técnico-científicos propostos, devido aos desfechos positivos apresentados em diversas doenças. A enfermagem enfatiza a importância de reconhecer a religião e a espiritualidade como fontes de fortalecimento para o enfrentamento da doença, a serem considerados no cuidado a saúde, entretanto, esta ainda não é valorizada por grande parte dos profissionais de saúde. Portanto, o cuidado espiritual deve ser entendido como parte da assistência de saúde e, também, de enfermagem à família, não como um fragmento isolado, mas como parte integrante. O cuidado em saúde não pode ser quebrado, este deve compreender todas as variáveis envolvidas na assistência aos seres humanos, compostos não apenas de uma estrutura biológica, mas também de características psicossociais. Somente a partir da abrangência de todas as distintivas dos usuários, podemos garantir o cuidado integral e holístico, descartando a ótica fragmentada.