A Estratégia de Saúde da Família surgiu como um modelo substitutivo da rede básica clássica, objetivando converter o modelo tradicional caracterizado por uma assistência à saúde medicalizada com enfoque curativista, para um modelo centrado no usuário em família, voltado à promoção da saúde e prevenção de agravos. Dentre muitas das ferramentas envolvidas neste processo, a territorialização figura-se como importante arcabouço para o planejamento das atividades e ações em saúde a serem desenvolvidas, focadas na realidade de cada micro-área. Assim, objetivou-se identificar as condições estruturais e ambientais de uma comunidade através da análise territorial na perspectiva da situação de saúde. Trata-se de uma pesquisa do tipo relato de experiência, de caráter exploratório, realizada em uma Unidade Básica de Saúde na zona urbana do município de Iguatu- CE. Os dados foram coletados entre os meses de maio e junho de 2011 e relacionados com a literatura pertinente. Os mesmos foram executados durante os estágios curriculares do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional do Cariri – URCA, Campus Iguatu, sendo realizado um mapeamento da microárea em estudo, analisando todos os aspectos sócio-demográficos. O processo de territorialização foi desenvolvido na microárea, onde o processo de exploração foi baseado na contagem de 168 (cento e sessenta e oito) domicílios e nos demais dados sociodemográficos. Foram observadas as condições de vida da comunidade, considerando os dados como barreiras geográficas, condições sanitárias, estabelecimentos econômicos, serviços oferecidos e fatores de riscos. Destaque para o fato que a população apresenta uma condição de vida entre a classe média e médio-alta. Mesmo assim, é possível se identificar problemas que podem comprometer a saúde e o bem estar da comunidade, problemas de saneamento básico, como esgoto e lixo a céu aberto, quanto à pavimentação e a sinalização de transito, expondo a comunidade a situações de risco. É notório que o processo de territorialização exibe importância fundamental na perspectiva de que tais problemas poderiam não estar sendo visualizados. A partir deste, os serviços e profissionais de saúde podem direcionar as ações que objetivam a melhoria da qualidade de vida da população de acordo com a real situação sociodemográfica, assim corroborando em um padrão assistencial integral e de qualidade, através da execução das suas funções de maneira eficiente e eficaz.