INTRODUÇÃO: A manutenção do Potencial Doador (PD) inclui o desafio da estabilidade hemodinâmica. Durante o processo de morte encefálica ocorre uma série de alterações fisiológicas que contribuem para a instabilidade do PD. Dessa forma, o cuidado com esse paciente deve ser, preferencialmente, realizado em uma UTI, pois requer uma vigilância constante, por profissionais capacitados no manejo de pacientes críticos. OBJETIVO: Descrever os cuidados de manutenção relacionados aos potenciais doadores de órgãos e tecidos para transplante. METODOLOGIA: Estudo exploratório descritivo com dados prospectivos e abordagem quantitativa realizado nas unidades emergência e terapia intensiva adulto do Hospital da Restauração (HR), em Recife/PE no período de abril a outubro de 2011. A população constou de 32 PDs de órgãos e tecidos para transplantes. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, os dados foram coletados, tabulados e analisados pela estatística descritiva através software SPSS 15.0. RESULTADOS: Dos 32 PDs avaliados, 84,3% apresentaram hipotensão, os cuidados de manutenção para essa alteração foram: dopamina (59,4%), administração de volume (53,1%) e noradrenalina (31,2%). Dos 6,3% que apresentaram hipertensão, em 100% deles utilizou-se o nitroprussiato de sódio. A hipotermia estava presente em 65,6% dos PDs, os cuidados relacionados a essa ocorrência foram: manta térmica (37,5%) e uso de cobertores (34,4%). Apesar de ser obrigatório o aquecimento de ar do ventilador mecânico para todos os pacientes, em 15,7% esse acessório estava desligado. 37,5% dos PDs apresentaram diabetes insipidus, em 12,5% foi utilizado o acetato de desmopressina. A hipernatremia estava presente em 59,4%, desses, em 28,1% foi utilizado o soro fisiológico a 0,45%. Dos 40,6% PDs que apresentaram alteração na glicose, em 100% deles estava prescrito insulina. Os cuidados relacionados à prevenção de infecção foram: manutenção do antibiótico prescrito (43,7%), radiografia de tórax (12,5%) e cultura (6,2%). Na manutenção nutricional foi utilizado dieta enteral (31,2%) e Soro glicosado a 0,5% (34,4%). 15,6% dos PDs estavam com as córneas protegidas com tiras de esparadrapos. CONCLUSÃO: A maior parte dos PDs não foram adequadamente tratados quanto às alterações fisiológicas apresentadas. O manejo inadequado pode comprometer a doação de um ou mais órgãos, ou mesmo prejudicar o receptor pelo recebimento de um órgão em condições subótimas.