O processo saúde/doença é composto na sua gênese de um desígnio de variáveis, nas quais a forma de inserção no trabalho desempenha um papel importante na determinação da forma de adoecer e morrer dos trabalhadores. O trabalho dos eletricitários é caracterizado pela presença de demandas físicas e mentais importantes, pois os ímpetos à saúde e segurança dos trabalhadores são considerados elevados, existindo riscos de origem elétrica, como choque elétrico e exposição a campos eletromagnéticos; mecânicos, em virtude de quedas e acidentes de trânsito, dentre outros. Diante do exposto, objetivou-se analisar a influência do processo laboral sobre a saúde do profissional eletricitário. O caminho metodológico adotado obedeceu a uma tipologia exploratório-descritiva com abordagem qualitativa. Os sujeitos da pesquisa corresponderam a profissionais eletricitários, atuantes em uma construtora privada. As informações foram obtidas no período de março a abril de 2011, através de um formulário. Vale destacar que o estudo obedeceu aos princípios éticos e legais contidos na Resolução 196/96 do CNS/MS, mediante aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Cariri (CEP/URCA) sob Parecer Nº 45/2011. O trabalho do eletricitário é considerado pelos sujeitos da pesquisa como sendo exaustivo e arriscado, visto que demanda bastante empenho físico e psicológico. Dessa forma, a atividade exercida pode acarretar sérios prejuízos à saúde de tais profissionais. Ao investigar as doenças mais recorrentes na população eletricitária, alguns relatos apontaram problemas preveníveis como, por exemplo, hipertensão arterial, dor lombar, enxaqueca e um quadro de estresse elevado devido ao trabalho intenso e exaustivo. Podemos analisar também que inúmeros eletricitários executam as suas funções com sentimento de receio ou de aversão em relação ao choque elétrico e a queda em diferença de nível. Esta indesejada situação determina que os trabalhadores em condições de risco exerçam a sua profissão com intensa vigilância, acarretando uma deterioração psíquica, conhecida como estresse ocupacional. Portando, pode-se verificar com precisão que a atividade laboral influencia direta ou indiretamente o nível de saúde do colaborador, pois este se expõe cotidianamente a uma ampla gama de agentes ambientais e psicossociais desencadeadores de sinais e sintomas sugestivos, adquiridos conforme as características peculiares da profissão.