Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
RELAÇÃO DAS MULHERES ENCARCERADAS DE JUAZEIRO-BA COM O PRESERVATIVO MASCULINO
Relatoria:
JOSÉ RENATO PAULINO DE SALES
Autores:
- Mônica Cecília Pimentel de Melo
- Mariana Silva Mendes de Oliveira
- Claudelí Mistura
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Vulnerabilidade social
Tipo:
Monografia
Resumo:
As mulheres vêm ocupando cada vez mais os estabelecimentos penais do país e é fato que a atenção à saúde feminina na situação de encarceramento merece destaque, diante disso, esta população, no que se refere à saúde, tem importância epidemiológica e sanitária, pois essas compõem uma população de risco para infecções sexualmente transmissíveis. As iniciativas de prevenção trazem como eixo central a promoção do uso do preservativo, seja masculino ou feminino, porque se caracteriza como única forma de proteção contra as DST/AIDS e é mais um método de escolha para a gravidez não planejada. Entretanto, no Brasil, persiste uma cultura sexual, impregnada por uma visão dualista de gênero, delegando ao homem atributos de atividade, dominação e racionalidade, e à mulher de passividade, submissão e emoção. Apresenta como questão norteadora: Como se dá a percepção das mulheres em situação de encarceramento sobre o uso do preservativo pelos seus companheiros durante a visita íntima? Compreender a percepção das mulheres encarceradas sobre o uso do preservativo pelos seus companheiros, durante a visita íntima. Pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Vale do São Francisco, sob CAAE 4281.0.000.441-10, com mulheres encarceradas que cumpriam pena, sob regime fechado, na Penitenciária Feminina de Juazeiro. 10 participantes com idade entre 20 a 35 anos. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada, respondida através de visitas realizadas no Conjunto Penal de Juazeiro-BA, as quais em seguida foram transcritas e analisadas de acordo com a análise de conteúdo de Bardin. Obtiveram-se cinco categorias de análise temática, as quais foram subdivididas em sete subcategorias para uma melhor vivência do tema. O preservativo masculino é visto por essas mulheres como um método preventivo temporário e a passividade feminina está intimamente relacionada com a vulnerabilidade às DST/aids. Deste modo, as equipes de saúde que trabalham com a população carcerária devem implementar estratégias para promover o uso constante do preservativo masculino e feminino nesta população, sob um enfoque de gênero e sexualidade, promovendo uma escuta ativa das mulheres sob cárcere, pois trata-se de pessoas que muitas vezes pode apresentar pouco conhecimento em relação às DST/AIDS e suas formas de prevenção.