Introdução: a saúde do homem tem ganhado destaque no cenário da saúde pública, sobretudo após a elaboração da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, em 2009. Esta Política tem como propósito ampliar as condições de saúde masculina por meio da garantia do acesso deste grupo às ações e serviços de saúde, visando, assim, reduzir os índices de morbidade e mortalidade que os acometem. Para tanto, faz-se necessário que os profissionais de saúde estejam capacitados tecnicamente para acolher as demandas desses indivíduos, os quais, muitas vezes, estão distantes de sua rotina de trabalho. Objetivo: identificar a percepção de enfermeiros acerca da implementação de programas assistenciais voltados ao público masculino em Unidades Básicas de Saúde. Metodologia: estudo exploratório e descritivo, em abordagem qualitativa, desenvolvido junto a 10 enfermeiras atuantes em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS), do distrito sanitário oeste, do município de Natal/RN/Brasil. A coleta de dados ocorreu nos meses de julho e agosto de 2011, após obtenção da anuência da Secretaria Municipal de Saúde de Natal/RN; aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com parecer favorável nº 293/2011 e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos participantes. As informações foram coletadas por meio de entrevista semiestruturada e os depoimentos trabalhados de acordo com a análise da enunciação, segundo Bardin. Resultados: os dados revelaram que as enfermeiras percebem a proposta de elaborar programas assistenciais voltados à saúde dos homens como algo benéfico. Contudo, informaram as dificuldades existentes para efetiva implementação de ações específicas a este grupo, dentre as quais destacaram as precárias condições de trabalho e reduzido contingente de profissionais. Apontaram, ainda, a necessidade de qualificação dos profissionais para que possam lidar com as questões relativas à saúde do homem, tendo em vista que na formação acadêmica deles esta temática não foi abordada. Conclusão: constata-se que as enfermeiras reconhecem a positividade de uma política pública de saúde voltada aos homens. Entretanto, o modo como estão organizados os serviços de saúde não propicia a inserção de estratégias e ações, as quais possibilitem mudanças significativas no cenário da saúde masculina.