A Estratégia Saúde da Família (ESF) é um espaço que prioriza o cuidado integral através da promoção a saúde, utilizando a educação popular como um instrumento capaz de romper com a visão mágica do assistencialismo que ainda permeia as ações dos serviços de saúde. O objetivo geral deste estudo consistiu em compreender as concepções teóricas e práticas de educação em saúde dos profissionais que compõem a ESF em Tenente Ananias/RN no sentido de efetivação do Cuidado Integral à Saúde. Sendo os objetivos específicos: Conhecer as concepções teóricas que norteiam o cuidado de saúde na ESF no que se refere à Educação em Saúde; Conhecer as práticas de Educação em Saúde realizadas no âmbito da ESF pelos profissionais das equipes; e Analisar como as concepções teóricas e práticas de educação em saúde atuam sobre a efetivação do cuidado de saúde integral na ESF. Trata-se, de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo-exploratório, realizada junto aos profissionais de nível superior que atuam na ESF deste município. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado à observação de campo e entrevistas semi-estruturadas com oito profissionais (enfermeiros, médicos e odontólogos), que concordaram em participar do estudo mediante a assinatura do TCLE. As falas transcritas foram trabalhadas mediante a técnica de Análise de Conteúdo. Ao final emergiram 06 categorias. Como resultado identificou-se que as concepções e práticas da educação em saúde nas ESF do município estão atreladas a pedagogia tradicional, sendo que as ações educativas são meramente informativas, estas reproduzem a noção moralista e autoritária das noções de prevenção da doença e não da promoção da saúde, tal prática não possibilita a autonomia dos sujeitos. Esse tipo de educação em saúde não valoriza os determinantes sociais como definidores do processo saúde doença das populações, consequentemente, tem-se que o cuidado de saúde das equipes da ESF não está comprometido com a efetivação da integralidade, havendo grandes desafios a serem superados. Para tanto, se faz necessário o uso da educação em saúde como instrumento capaz de contribuir para a mudança do modelo de saúde assistencial e hegemônico existente. As concepções sobre Educação e Saúde precisam ser repensadas para que as práticas educativas promovam o trabalho coletivo em saúde compatível com a resolução das necessidades apresentadas pela população.