INTRODUÇÃO: A associação entre hipertensão arterial e obesidade é reconhecida há muitos anos e inúmeros estudos indicam que a obesidade é um importante fator de risco para hipertensão, tanto em adultos como em crianças. Dentre os fatores de risco ambientais associados à fisiopatologia da hipertensão arterial, a obesidade é o determinante mais significativo. Do ponto de vista de saúde pública, a obesidade resulta um gasto muito alto, principalmente pelo fato de esta estar relacionada com um grande número de doenças e fatores de risco para a doença cardiovascular. OBJETIVO: Analisar os estudos referentes à relação entre obesidade e hipertensão arterial identificando a ocorrência dos mecanismos na presença dessa comorbidade. METODOLOGIA: Realizou-se pesquisa bibliográfica publicada entre os anos de 2000 a 2010 em língua portuguesa do banco de dados SCIELO e MEDLINE consultada nos meses de março a maio de 2011. RESULTADOS: Foram encontrados dezenove artigos que enfatizaram haver associação entre hipertensão arterial e obesidade há muitos anos e bem como ressaltam que a obesidade é um importante fator de risco para hipertensão. Verificou-se que os mecanismos da hipertensão relacionados à obesidade são complexos, multissistêmicos e multifatoriais. Embora não elucidados, são vários os mecanismos etiopatogênicos propostos. Dentre eles a hiperatividade simpática e ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona são as principais evidências, participam ainda a resistência à insulina e à leptina, vasodilatação da arteríola aferente, hiperfiltração glomerular e retenção de sódio. Analisando-se sob o ângulo da obesidade, a literatura reporta aumentos de três a oito vezes na freqüência de hipertensão arterial entre os obesos, sendo que o índice de massa corporal elevado poderia explicar até 30% dos casos da doença. CONCLUSÃO: A obesidade e hipertensão arterial estão intimamente relacionadas. De fato, verifica-se que a prevalência de obesidade entre indivíduos hipertensos é consideravelmente maior quando comparada aos normotensos. Embora não elucidada totalmente essa relação, sabe-se que os mecanismos pressóricos exacerbam-se com o aumento de peso e particularmente com a deposição visceral de gordura, bem como a sua redução pode diminuir a pressão arterial de pacientes hipertensos.