Introdução: Com o crescente conhecimento da imunologia associado ao surgimento das drogas imunossupressoras surgiu a nova era dos transplantes, que tem como fundamento o controle da rejeição, o que vem determinando o sucesso dos transplantes de diversos órgãos e tecidos. Apesar desses avanços o tema ainda é polêmico por seu grande impacto técnico, ético e social, sobretudo devido à falta de sensibilização da sociedade. Objetivos: Realizar uma revisão da literatura acerca dos aspectos éticos envolvidos nos transplantes de órgãos e tecidos. Metodologia: Estudo descritivo, realizado através de revisão de literatura do tema abordado, através de artigos indexados na base de dados do Scielo, Lillacs e Medline. Resultados: A doação de órgãos pode ser realizada em doadores vivos e não vivos. Uma das dificuldades em discutir o tema é devido à dificuldade em se tratar de morte numa sociedade em que a vida é defendida até suas últimas consequências. O transplante de doadores vivos leva a discutir aspectos éticos e médicos. É necessária uma abordagem social na perspectiva ética respeitando a autonomia das famílias dos potenciais doadores. Os profissionais envolvidos na captação de órgãos e tecidos devem possuir uma competência ética e conhecimento legal, estabelecendo uma boa comunicação com os familiares, prestando uma assistência de qualidade, apoio emocional e respeito à decisão da família. O diagnóstico de morte encefálica é atualmente seguro e confiável, sendo realizada dois diagnósticos clínicos e um exame complementar. Em relação aos beneficiados com a doação de órgãos e tecidos, deve-se ter equidade na distribuição dos órgãos respeitando a fila de espera única de receptores de órgãos e tecidos. É necessário garantir sigilo para o paciente e todos envolvidos no atendimento. Conclusão: O transplante de órgãos e tecidos é a atividade em que mais se exercita os princípios da ética. Vários aspectos estão envolvidos nesta terapêutica, devendo ser garantido acesso equânime e justo, confidencialidade doador/receptor, consentimento livre-esclarecido, o respeito à autonomia e a defesa da vida. Os profissionais e instituições envolvidos devem prestar informações sobre o procedimento e seguir a doação como um gesto de solidariedade e esperança para dar continuidade à vida de outra pessoa.