Este estudo aborda a Doença de Alzheimer focalizando a família dos idosos, a partir da análise das narrativas de duas famílias, tendo como delineamento o estudo de casos qualitativo. Tem como objetivos: compreender o significado atribuído à doença pelos familiares dos idosos, conhecer as dificuldades enfrentadas no ciclo de vida da doença e as condições de adaptabilidade encontradas por estes familiares entrevistados. Para a coleta de dados, a partir de uma questão gerativa, realizou entrevistas livres de narrativa conjunta com os membros familiares. Através dessas narrativas – história contada, lembranças e memórias de vida compartilhada com os idosos - pode-se compreender o fenômeno sob a ótica dessas famílias. A seleção dos casos deu-se por amostragem “bola de neve”; utilizando-se como método de análise, a análise das narrativas, o qual permitiu revelar processos construtivos – “reconstruções das construções de vida”. Destacou-se a dificuldade de aceitação para participação neste estudo por parte de algumas famílias contatadas, justificadas pela dificuldade de verbalizar as perdas, dificuldade em reconhecer as mudanças do status social, de entrar na intimidade da família, a recusa em se defrontar com o que está acontecendo, sentimento de vergonha pelas mudanças comportamentais do idoso e a perda de identidade como pessoa. Nas análises das narrativas destacam-se as seguintes dimensões: dificuldade e o impacto do diagnóstico; compartilhamento da experiência; redes sociais de apoio na figura de parentes, vizinhos e amigos; perda da identidade e a mudança do “ser”, resiliência familiar; estigma social e a dinâmica familiar. Cada família respondeu a esta situação de maneira singular, apontando para a necessidade de proporcionar maior informação sobre a doença e de elaboração de estratégias para promover um suporte à família para um melhor entendimento sobre o processo de adoecimento do idoso com Alzheimer e do impacto da doença sobre a dinâmica familiar.