Introdução: A hanseníase é uma enfermidade de importância nacional, colocando o Brasil em segundo lugar no mundo pelos elevados coeficientes de incidência e prevalência, comprometendo homens e mulheres, acarretando sérios prejuízos de ordem biológica, psicossocial e econômica. Objetivo: Caracterizar os aspectos clínicos e sócio-demográficos de vida de (ex) portadores de hanseníase diagnosticados no município de Sousa - PB entre o período de janeiro de 2009 a setembro de 2011. Metodologia: Estudo exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido a nível domiciliar dos participantes residentes no supracitado município. A população foi formada por todos os portadores e ex-portadores de hanseníase diagnosticados, notificados e cadastrados nas unidades de saúde daquele município, perfazendo o universo de 21 usuários. Deste total, apenas 13 pessoas foram escolhidas através de uma amostragem não-probabilística intencional para fazerem parte da amostra. Os dados coletados no mês de novembro de 2011 através de um questionário abrangendo os dados sócio-demográficos e clínico-operacionais foram analisados através do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 16. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, sob processo nº 20111410-044. Resultados: Verificou-se um perfil sócio-demográfico predominante de adultos (38,5%), sexo feminino (53,8%), casados (38,5%), não alfabetizados (46,1%), cor parda (76,9%), do lar ( 46,2%), renda de um a dois salários mínimos (100%), três filhos (38,5%), residindo com a família na zona urbana e em casa própria (61,5%), praticantes da doutrina católica (76,9%), principal hábito tomar café (61,5%). Quanto as características clínicas, achou-se um perfil de (ex) pacientes paucibacilares, da forma dimorfa, apresentando cicatriz umbilical, uma lesão de pele e nenhum nervo acometido no exame dermatoneurológico, grau de incapacidade 0, sem baciloscopia, PQT durante seis meses, sem episódios reacionais e portadores de co-morbidades. Conclusão: Avaliar o perfil dos portadores de hanseníase mostrou-se de fundamental importância para o desenvolvimento de novas práticas assistenciais e de políticas públicas que tenham como objetivos a promoção da saúde e prevenção de doenças e que repercutam positivamente na esfera psico-sócio-cultural.