A Reforma Psiquiátrica teve seu início há mais de três décadas, resultado da união de trabalhadores da área da saúde mental, familiares e portadores de transtornos psíquicos na busca por melhores condições de trabalho e humanização na assistência ao doente mental. O perfil dos pacientes portadores de transtornos mentais, embora de grande importância para implementação de políticas públicas de saúde, nem sempre é conhecido. Este estudo objetivou delinear o perfil dos usuários do serviço, investigar se estes usuários têm conhecimento da doença e do tratamento a que são submetidos e pesquisar se os mesmos estão informados sobre os serviços disponíveis na instituição onde o estudo foi realizado. Trata-se de um estudo de caráter exploratório, com abordagem qualiquantitativa, tendo sido desenvolvido no serviço de Saúde Mental oferecido pelo PAM - Codajás, no município de Manaus. Para tanto, realizou-se entrevistas com os usuários da referida instituição, com aplicação de questionário contendo perguntas abertas e fechadas, norteadas pelos objetivos do estudo, efetivadas nos anos 2008 a 2010. Os resultados mostraram os dados socioeconômicos dos 320 pacientes entrevistados, destes 39,4% homens e 60,6% mulheres, a faixa etária mais frequente foi a de 31 a 40 anos com 29,4%; quase metade da população estudada é de pacientes solteiros, com 49,4%; 48,1% dos entrevistados são católicos; 37,8% trabalham nas mais variadas profissões e 40% não trabalham nem estudam; a zona sul de Manaus é o local de residência da maioria dos entrevistados, com 29,1%; a faixa de renda salarial prevalente é a de acima de 1 salário-mínimo e até 2 salários, com 28,4%; quanto à residência, 80,6% dos participantes do estudo moram em casa própria; 81,2% residem em casa de alvenaria, em casas de 4 ou 5 cômodos. Em relação à patologia, tratamento e serviços disponíveis na rede básica de Saúde Mental, 42,5% dos pacientes conhecem sua doença, 72,5% sabem acerca de seu tratamento e 51,3% desconhecem os serviços que a unidade oferece. O estudo concluiu que ainda é grande a falta de informação entre a população, tanto no que diz respeito ao conhecimento da patologia, quanto no tocante aos serviços de saúde, demonstrando uma falha significativa, ou até mesmo descaso, na assistência ao portador de sofrimento psíquico, bem como da instituição em não divulgar seus serviços, já que esta é uma de suas obrigações.