INTRODUÇÃO: O parto é um evento essencialmente natural e, portanto, a via vaginal é a mais adequada na maioria dos casos. Indicações para partos cirúrgicos devem ocorrer apenas em situações onde a saúde da mulher e/ou da criança esteja ameaçada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza uma taxa de cesarianas entre 10% e 15%, entretanto, o que se observa são taxas bastante elevadas. As razões para esta alta prevalência parecem estar mais relacionadas a fatores socioeconômicos e culturais do que ao risco obstétrico. OBJETIVOS: Verificar a prevalência do parto cirúrgico e a associação da taxa de cesarianas com as variáveis selecionadas (raça, faixa etária, estado civil, renda, escolaridade, área de residência e consulta pré-natal). METODOLOGIA: Estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa, tendo como fonte de dados as informações coletadas em pesquisa aprovada pelo CEP sob o número 374/10, baseado em uma amostra de puérperas do Alojamento Conjunto de quatro maternidades públicas do município, no período de novembro de 2011 a abril de 2012. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um formulário constituído por perguntas que incluem os objetivos deste estudo. RESULTADOS: Das 1649 puérperas entrevistadas, 907 (55%) foram submetidas ao parto vaginal e 742 (45%), à cesariana. A distribuição por faixa etária mostrou que o percentual de partos cirúrgicos é mais elevado em mulheres acima de 35 anos (60,9%). Constatou-se que quanto maior é a renda familiar e a escolaridade da mulher maiores são as taxas encontradas. Verificou-se, ainda, uma maior concentração de partos cirúrgicos em mulheres provenientes de outros municípios (52,5%). Quanto ao número de consultas durante o pré-natal, observou-se que a taxa de cesariana apresentou crescimento proporcional. Não foram encontradas associações com as variáveis raça e estado civil. CONCLUSÃO: Com esse estudo podemos perceber a elevada prevalência de partos cirúrgicos no município e que altas taxas de cesariana estão diretamente relacionadas com as características sócio-demográficas da mulher. Sendo assim, faz-se necessário o rastreamento e avaliação das condições que propiciam a realização desse tipo de parto desde o pré-natal, para, desta forma, evitar intervenções desnecessárias, garantindo uma assistência obstétrica de qualidade.