Introdução: A hanseníase ainda constitui um grave problema de saúde pública, exigindo do enfermeiro um olhar epidemiológico para operacionalizar as ações de prevenção e controle que inclui desde a busca ativa para detecção de novos casos, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado até a busca dos faltosos. Objetivo: descrever as dificuldades dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Sousa (PB) para diagnosticar e tratar os portadores de hanseníase. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo com abordagem quanti-qualitativa, desenvolvido com 26 enfermeiros que atuam nas ESF do referido município, escolhidos através de uma amostragem não-probabilística intencional. Os dados coletados no período de maio e junho do decorrente ano através de um questionário semi-estruturado foram analisados quantitativamente através de cálculos de estatística descritiva, bem como, qualitativamente, através da técnica de análise de conteúdo. Vale ressaltar que o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba sob número 0.180.0.133.000-11. Resultados: Dentre as principais dificuldades apontadas por 42% dos participantes para diagnosticar a doença, destaca-se a classificação clínica e operacional, a não adesão do paciente a unidade e a demanda elevada no atendimento. Ademais, 31% dos enfermeiros enfatizaram a realização de testes, a resistência dos pacientes ao tratamento e a insegurança para realizar alta por cura como as principais dificuldades no tratamento da hanseníase. Conclusão: Considera-se a necessidade de treinamentos permanentes aos enfermeiros, permitindo-os adquirir conhecimento técnico atualizado e habilidades práticas suficientes para diagnosticar e tratar os casos de hanseníase garantindo a interrupção da cadeia de transmissão e a prevenção das incapacidades físicas.