Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
ADESÃO DO USUÁRIO DIABÉTICO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO E SEUS FATORES RELACIONADOS
Relatoria:
SAMILA TORQUATO ARAÚJO
Autores:
- KIARELLE LOURENÇO PENAFORTE
- RENAN MAGALHÃES MONTENEGRO JÚNIOR
Modalidade:
Pôster
Área:
Vulnerabilidade social
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A prioridade no tratamento do diabetes é garantir ao paciente seu equilíbrio metabólico e mantê-lo assim, propiciando um estado o mais próximo possível da fisiologia normal do organismo. Entretanto, um dos problemas que os profissionais de saúde encontram é a dificuldade dos pacientes seguirem o tratamento de forma regular e sistemática, pois estes frequentemente são portadores de outras condições mórbidas. Este fato dificulta a adesão e o uso correto dos esquemas propostos. Teve-se como objetivo investigar a adesão terapêutica dos portadores de diabetes mellitus atendidos na rede pública de saúde e seus fatores relacionados. Estudo transversal com 256 pacientes atendidos no serviço público no ano de 2010. Para mensurar a prevalência da não adesão ao tratamento foi empregado o método do autorrelato e considerado adesão quando o paciente fizesse uso de pelo menos 90% do tratamento proposto. Para análise utilizou-se o teste de Kalmogorov-Smirnov, teste t de Student e kendall tau b com nível de significância estatística de 5% (p<0,05). Houve predomínio do sexo feminino (66,8%), casados (53,5%), aposentados (39,1%), com ensino fundamental incompleto (32,4%) e renda familiar média de 1 salário mínimo (39,8%), portadores de diabetes tipo 2 (93,7%), com uma média de 10 anos de diagnóstico e 75,4% também eram hipertensos. As associações medicamentosas foram prevalentes entre os pacientes (50,4%). A adesão ao tratamento medicamentoso foi de 76%. Fatores relacionados à relação profissional-paciente, como a qualidade e frequência das orientações, mostraram-se fortemente associados à adesão ao tratamento (p<0,001), assim como, os fatores relacionados à doença, onde pacientes com controle bom ou aceitável do diabetes (p<0,007) e que não possuíam internações obtiveram melhor adesão (p<0,018). Quanto à influência do sistema de saúde, pessoas mais satisfeitas e que melhor qualificaram o serviço apresentaram melhor adesão (p<0,045). Na análise clínica, os pacientes que apresentaram adesão estavam com glicemia de jejum (65,1%), pós-prandial (61,7%) e hemoglobina glicada (68,1%) alterados. Identificou-se um elevado número de fatores que podem influenciar na adesão ao tratamento, sendo um problema frequente na prática clínica. As taxas não satisfatórias de adesão à terapêutica farmacológica podem justificar possivelmente o mau controle metabólico entre os pacientes, traduzindo a necessidade de se ampliar o foco na atenção integral a estas pessoas.