Pacientes portadores de doença oncológica necessitam de um cuidado contínuo no seu cotidiano, geralmente é um familiar que se encarrega desses cuidados, alterando todo o percurso diário de sua vida. Este estudo tem como objetivo geral conhecer as alterações cotidianas vivenciadas pelos familiares cuidadores, bem como as alterações na atividade profissional, na saúde e no pensamento de perda do doente. É um trabalho quantitativo, onde foi realizado no Hospital Aristides Maltez, no mês setembro de 2009 em Salvador-Ba, com uma população de 30 familiares escolhidos por uma amostra de conveniência após aprovação do Comitê de Ética. Utilizou-se um questionário semi-estruturado elaborado por Volpato e Santos 2007 e adaptado pelas pesquisadoras. Dentre as alterações pesquisadas, foram encontradas modificações nas atividades profissionais (70%), na saúde (73,3%) e no pensamento de morte (66,7%). Quanto às atividades profissionais, os familiares relataram que o tempo se tornou escasso diante dos cuidados prestados, já que estes exigiam uma carga horária bastante exaustiva. Conciliar atividade profissional com os cuidados é um desafio para o cuidador, já que dedica todo o seu tempo ou a maior parte dele para o familiar enfermo. A saúde também foi alvo de mudanças, pois a sobrecarga do cuidar do outro acaba por não dispor de tempo para cuidar de si, e até mesmo impede de adquirir hábitos saudáveis no cotidiano. Os cuidadores, principalmente de pacientes terminais, enfrentam um grande trabalho físico e emocional, o que pode deixá-los exaustos e esgotados. A maioria dos familiares optaram por não pensar na possível perda do paciente. Eles não acreditam na gravidade do caso e do reservado e sombrio prognóstico. Cuidar de um paciente oncológico acarreta alterações na vida dos familiares que cuidam. Dentre essas, a saúde é prejudicada, não havendo mais qualidade de vida, e as atividades profissionais são prejudicadas devido à escassez do tempo. Considerando os resultados obtidos, percebe-se que a maioria dos cuidadores sofrem várias alterações ao exercerem a função de cuidador, por isso, cabe salientar a importância do familiar cuidador dedicar alguns minutos do seu dia a alguma atividade prazerosa, buscar utilizar técnicas de relaxamento, aceitar seus próprios sentimentos e estabelecer uma relação saudável com o paciente, a fim de fazer dessa experiência vivida não apenas uma fonte de sofrimento, mas sim uma escola, em que o aprendizado é pelo respeito à condição humana.